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Viajar ao exterior é mais vantajoso

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Embora represente aumento de faturamento para as agências de viagens, a crescente procura por destinos internacionais é um dos motivos da crise que o turismo enfrenta no país. Quando se fala em trazer turistas para Natal, as promoções são uma saída para este problema. Porém, para quem mora na capital, elas são raras e um passeio em outros países pode sair mais bem mais barato.

Na representação estadual da CVC, maior operadora de turismo no país, os destinos internacionais crescem em ritmo muito mais acelerado do que os nacionais. Este ano, enquanto a média do aumento de vendas de pacotes, em Natal, para viagens pelo Brasil foi entre 5% e 8%, para a Argentina, por exemplo, foi de 28% este ano. “As ruas de Buenos Aires estão lotadas de brasileiros”, diz diretor da operadora argentina All Seasons, Gabriel Sanchez, que esteve em Natal esta semana. EUA e Canadá também estão em alta.

A diferença brusca acontece por causa do preço, mais baixo no exterior devido à contínua queda da cotação do dólar. Na agência Sunline, por exemplo, o Reveillon em Lisboa, com hospedagem, passagens, translado, festa  e city tour fica em torno de R$ 3 mil, em Nova Iorque, por volta dos 2,8 mil. Um pacote semelhante para Salvador custa cerca de R$ 2,5 mil e em Pipa – praia que fica a menos de 100 quilômetros de Natal – sai por cerca de R$ 1,7 mil, apenas R$ 200 a menos do que o pacote para Buenos Aires.  O diretor da CVC Natal, Klênio Rêgo destaca que, além do preço ter caído, as condições de pagamento, como o parcelamento em até 10 vezes sem juros, também incentiva o brasileiro a viajar ao exterior.

Contudo, Klênio explica que a relação de vantagem entre um destino nacional e um internacional depende muito do país. Inglaterra e França costumam ser mais caros que Portugal, por exemplo. Segundo o diretor executivo da operadora portuguesa Mundo Vip, José Manuel Antunes, Portugal é o destino mais barato da Europa porque o custo de vida lá é menor do que nos outros países daquele continente. Além disso, para os brasileiros, lá é mais fácil quebrar a barreira da língua.

DOIS LADOS

A presidente da representação estadual da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav RN), Ana Carolina Costa, diz que, apesar dos preços terem baixado, os pacotes internacionais têm procura cada vez maior, o que garante aumento no faturamento das agências.

Mas, para o presidente da representação estadual da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH RN), Enrico Fermi, se considerado o setor como um todo, esse movimento é prejudicial. Porém, ele diz que os empresários têm reagido com promoções. Quem vem de São Paulo – principal pólo emissor de turistas para Natal – por exemplo, pode aproveitar sete dias na capital potiguar por R$ 600 – uma promoção garante um pacote de R$ 1,2 mil para duas pessoas.

No caso de quem sai de Natal, entretanto, essas promoções não devem chegar e os destinos internacionais deverão continuar muito atraentes. Ele explica que a capital potiguar não é uma cidade emissora de turistas, mas sim receptiva, gerando pouca demanda de turistas para outros estados e, conseqüentemente, não incentivando as operadoras a darem descontos.

Além disso, a ausência de uma demanda significativa faz com que a capital do RN não “convença” empresas aéreas a colocarem determinadas linhas aqui. Assim, para ir para o Maranhão ou para a Bahia, por exemplo, é preciso pegar conexões, da mesma forma que acontece com vôos internacionais, que saem de São Paulo. Ou seja, seja para fora ou dentro do país, o transtorno é semelhante e, considerando os apelos turísticos internacionais, as viagens para outros países acabam ganhando mais um ponto a favor.

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