O clima durante as primeiras horas da interdição foi de irritação pelo baixo nível de informação aos motoristas e pedestres que utilizam o sistema de transporte coletivo. Em algumas vias que serão usadas como desvios, a Semob ainda realizava trabalhos de alargamento, para tornar o fluxo menos lento.
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Em um desses trechos, muita reclamação. Ao chegar em casa, o neto do eletricista Nizário do Nascimento, 83 anos, se deparou com um trator quebrando a calçada do imóvel, localizado na avenida Governador Rafael Fernandes, um das que será usada para desvio do fluxo. O trabalho era executado pela Semob para alargar a via, por onde passarão várias linhas de ônibus. Seu Nizário saiu do trabalho, chamado pelos familiares, para conferir a situação.
#SAIBAMAIS#“Não avisaram nada, não apresentaram documento a ninguém, só chegaram e começaram a derrubar. Agora não sei como vou tirar o carro de dentro da garagem”, colocou o eletricista. A garagem ficou totalmente obstruída.
Nas ruas, quem precisava utilizar o transporte público também enfrentou desinformação. As paradas de ônibus que ficavam no trecho do viaduto foram transferidas para as ruas que servirão de desvio. Quem esperava ônibus no contra fluxo da Rio Branco, abaixo do viaduto, deve ir agora para próximo à Cosern.
Outros pontos ainda não estavam definidos. “Isso foi feito de última hora. Fica todo mundo feito besta, procurando onde pegar um ônibus”, diz o autônomo João Batista, de 70 anos, que queria ir para o Centro. Ajudado pelos fiscais, ele foi informado que poderia pegar um transporte na lateral do Colégio Marista, mas teria que andar bastante para isso.
Passadas cerca de duas horas da primeira mudança, já não havia amarelinhos no trecho. Os fiscais voltaram a aparecer durante a interdição do segundo trecho, na Rio Branco. “Isso é um absurdo”, comentou a comerciante Rozana Puccini, que enfrentou um longo congestionamento formado na Rio Branco, descendo do Alecrim no sentido ao Centro.
Recurso
A Procuradoria Geral do Município afirmou que vai interpor uma apelação no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, contra a decisão da primeira instância que manteve as interdições das avenidas Deodoro e Rio Branco, enquanto não são retomadas as obras de recuperação do canal e do viaduto do Baldo. Na última terça-feira (22), a procuradora Cássia Bulhões afirmou que já está elaborando a peça recursal para enviá-la até o fim desta semana ou começo da outra ao TJRN.
Memória
2012
28 de agosto – Distribuição dos autos para a 2ª Vara da Fazenda Pública, em que a promotora de Defesa do Meio Ambiente, Rossana Sudário, pede a interdição imediata do trânsito na ladeira do Baldo devido a falta de manutenção do viaduto.
03 de setembro – O juiz Ibanez Monteiro da Silva dá 72 horas para a oitiva do representante jurídico da Prefeitura, a Procuradoria Geral do Município (PGM).
24 de setembro – O juiz Ibanez Monteiro dá um prazo de 60 dias para o município apresente estudo técnico atualizado do nível de comprometimento da estrutura do viaduto do Baldo.
27 de novembro – O MPE é intimado a se manifestar sobre a contestação do município.
2014
13 de fevereiro – O juiz Ibanez Monteiro determina o início imediato das obras de recuperação do viaduto do Baldo, com interdição do trânsito nas avenidas Deodoro e Rio Branco.
10 de março – A juíza Francimar Dias da Silva dá um prazo de cinco dias para o MP se manifestar a respeito de embargo de declaração interposto pelo município, em 6 de março. O MP apresentou contrarrazões em 17/03.
4 de abril – A juíza Francimar Araújo da Silva rejeitou os embargos do município e manteve a decisão de interdição das avenidas. Decisão foi publicada dia 15 de abril e o município tem prazo de 30 dias para recorrer. PGE decide interpor uma apelação no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.
