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Vigilantes de agências bancárias fazem paralisação e apenas caixas eletrônicos estão funcionando

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Valdri Julião – Repórter

Os vigilantes que prestam serviços em agências bancárias estão fazendo paralisação de advertência nos bancos da Cidade Alta e Ribeira, no centro de Natal, para pressionar as empresas do setor a pagarem o risco de vida de 30% sobre o valor do piso salarial da categoria. O presidente do Sindicato Intermunicipal dos Vigilantes (Sindegur), Francisco Benedito da Silva, o “Bené”, informou que a lei 12.740 foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 7 de dezembro do ano passado e, já no dia 10, entrou em vigor com a sua publicação no Diário Oficial da União.Vigilantes estão em manifestação em frente ao Banco do Brasil, na avenida Rio Branco
A paralisação começou às 7h, horário de entrada e troca dos vigilantes que trabalharam no horário noturno, tendo os vigilantes também se colocando à frente das portas giratórias situadas no interior do hall de entrada das agências, para impedir o acesso dos funcionários dos bancos. O acesso está sendo permitido à clientela apenas aos caixas eletrônicos, inclusive com o apoio do Sindicato dos Bancários, que se associou à luta dos vigilantes.

“A lei era para ser cumprida imediatamente, não precisa regulamentação no Ministério do Trabalho (MT) para que os vigilantes passassem a ter direito”, disse. As empresas de vigilância pagam um risco de vida de R$ 27, mas como o piso salarial da categoria no Rio Grande do Norte é de R$ 905, o valor do risco de vida deveria estar em R$ 270. “Em dezembro já era para terem pago a diferença e, mais uma vez, os empresários estão desrespeitando a lei”, afirma Bené.
Greve dos vigilantes em frente ao Banco do Brasil, na avenida Rio Branco
#SAIBAMAIS#Os vigilantes montaram piquetes com a colocação de faixas de alerta sobre a manifestação nas entradas das agências bancárias do Banco do Brasil e do Itaú, na avenida Rio Branco, além da Caixa Econômica da rua João Pessoa e ainda no BB e Caixa da Ribeira.

Confederação Nacional dos Vigilantes apoia manifestação

“A lei é autoaplicável e não depende de regulamentação, isso não é impedimento para o pagamento do risco de vida”. Este é o entendimento do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), José Boaventura, sobre a reivindicação da categoria que não vai recorrer à Justiça do Trabalho para que a lei 12.740/2012 entre em vigor no RN.

José Boaventura chegou a Natal na madrugada de hoje (14) a fim de prestar apoio ao Sindegur, inclusive para participar da primeira reunião com o Sindicato das Empresas de Vigilância, às 15h, a respeito da data-base da categoria.

Porém, Boaventura afirma que a luta dos trabalhadores não é só pela valorização salarial com a aplicação do risco de vida, mas também existe preocupação com a insegurança que tem ceifado a vida de vigilantes, funcionários e, principalmente, a clientela dos bancos. Ele conta que só no ano passado, em assaltos e nas chamadas “saidinhas de banco”, morreram 57 pessoas assassinadas em todo o Brasil.
#ALBUM-4073#
Segundo Boaventura, desses 57 homicídios, 32 mortos foram cidadãos, clientes dos bancos, nove vítimas foram vigilantes e ainda dois bancários, enquanto o resto eram assaltantes. Ele afirmou que desde quando a CNTV começou a levantar esses números, quando 23 pessoas morreram em situação de violência e em confrontos com bandidos, o número subiu para 49 no ano seguinte e 47 em 2012.

Para ele, a situação de insegurança no entorno e dentro de instituições financeiras “é também uma responsabilidade dos bancos”, que falam em investir na segurança, mas só em relação a fraudes ou outras situações. Segundo Boaventura, os bancos não acatam algumas reivindicações como a colocação de biombos e divisórias próximos aos caixas, a troca de portas giratórias e de segurança, que são arcaicas, de 20 ou 30 anos atrás, bem como a colocação dos guarda-volumes antes das portas giratórias.

“A nossa luta não é só por dinheiro, é também para garantir que as pessoas saiam para trabalhar e voltem vivos para as suas casas”, afirmou José Boaventura.

*Atualizada às 9h31

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