Versão de O Beijo no Asfalto com Ney Latorraca e Tarcísio Meira: Peça
abordou fake news muito antes da invenção do termo, e também a
homofobia
A Wise Entertainment e a JuVee Productions estão planejando temporadas na Broadway e em Los Angeles para a peça, e já estão em busca de escritores e diretores para a adaptação para as telas.
“O Beijo no Asfalto fala da brutalidade da polícia no Brasil”, disse ao site a presidente do espólio, e filha do autor, Sonia Rodrigues. “É sobre desrespeito com as mulheres – especificamente a tortura contra as mulheres pobres e negras pela polícia. A peça abordou fake news muito antes da invenção do termo. E também aborda a homofobia pelo retrato do amor de um homem pelo outro, mesmo que os personagens na trama não tenham a mínima ideia do que essa palavra significa.”
Ela também afirma que é um prazer firmar a parceria com produtores premiados, como Davis e Tennon. Uma das peças mais conhecidas de Rodrigues, O Beijo no Asfalto segue o caminho de Arandir, um jovem que vai tentar ajudar um moribundo numa praça no Rio. Ao perceber que está prestes a morrer, o estranho pede um beijo, Arandir concede e o ato de compaixão faz deslanchar uma polêmica midiática fora de controle
“Nós temos objetivos similares e nossas vozes coletivas ressoam no zeitgeist e ao redor do mundo conforme elas se relacionam com as narrativas dos negros”, disse o copresidente da JuVee, Julius Tennon. “Eu dividi isso com Viola, e ela está tão animada quanto eu. Então, nós, coletivamente, estamos nos movendo e trabalhando pelo melhor de Nelson Rodrigues”, acrescentou.
Em 2018, uma versão de O Beijo no Asfalto ganhou as telonas do País numa versão adaptada por Murilo Benício, com Lázaro Ramos no papel principal. A adaptação foi elogiada pela crítica por conta da criatividade com que o diretor abordou a trama.