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Visita a Cantina Camigliano, em Montalcino

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Gilvan Passos
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Camigliano é una piccola città (uma diminuta cidade), um borgo em italiano, que desde os tempos etruscos e na idade média apresentava vocação rural e certa independência econômica.

Grupo da SAV na cantina da Camigliano, em degustação  do Gamal 2016, Poderuccio 2016 e outros

Grupo da SAV na cantina da Camigliano, em degustação do Gamal 2016, Poderuccio 2016 e outros

A Cantina Camigliano, localizada em Via d’Ingresso, 2 no borgo de Camigliano, arredores de Montalcino, recebe o mesmo nome desse pequeno povoado. Comprada pela família Ghezzi em 1957, ganhou nos últimos anos uma nova adega, construída segundo a inclinação do terreno para se utilizar da gravidade, renovou seus vinhedos, onde prima por clones adequados ao terroir, adotou novas técnicas de vinificação e estruturou a empresa com a contratação de um staff jovem e dinâmico. Gualtiero Ghezzi, o atual proprietário, produz anualmente cerca de 300 mil garrafas entre Brunello, Rosso di Montalcino e uma variedade de outros vinhos, incluindo um Moscadello, feito de antiquíssimas videiras já presentes na propriedade desde 1400.

A velha adega é atualmente usada para guardar safras antigas e raras da Cantina, abrigar as relíquias de um museu e realizar degustações com os visitantes. Nos vinhedos de solos eocênicos, composto de fósseis onde vicejam as vinhas, são utilizadas técnicas de fertilização orgânica, seleção de brotos e controle de produção por hectare, tudo sob o cuidadoso olhar do enólogo, Sérgio Cantini, que na cantina, utiliza técnicas de vinificaçao modernas, como fermentação em tanques de inox, de 90 e 120 hectolitros, com temperatura controlada e maturação em botti de carvalho francês de 25 – 60 hectolitros.  Da extensão total da da propripedade, 520 hectares, são dedicados à produção do Brunello di Montalcino 50 hectares de vinhas, para uma produção de 170 mil garrafas anuais, 10 hectares para o Rosso di Montalcino, com produção de 100 mil garrafas; 1 hectare para o Moscadello di Montalcino, com produção de apenas 2 mil garrafas; 1 hecatare para o Sant’Antimo, com produção de 8 mil garrafas, e 28 hectares para o IGT da casa (Supertoscano), com  produção de 60 mil garrafas. Além dos vinhos, a Cantina Camigliano produz também 25 hectares de óleo de oliva DOP em Siena, uma grappa de Brunello di Montalcino e um Vermentino toscano.

Os Vinhos da Cantina Camigliano
A visita realizada no dia 18 de outubro, por volta das 10h ao Borgo de Camigliano, foi surpreendente. Em companhia dos amigos da SAV, fomos recebidos pelo enólogo Sérgio Cantini, onde visitamos a nova Cantina e o museu na adega velha e degustamos um amplo time de vinhos: Gamal 2016 (branco de Vermentino, leve fresco e frutado), Poderuccio 2016 (um blend das castas Sangiovese, Cabernet e Merlot), Rosso di Montalcino Camigliano 2015, Brunello di Montalcino Camigliano 2012, Peasaggio Inatteso 2012 (paisagem inesperada), um Supertoscano de tirar o fôlego, produzido apenas em safras excepcionais e ainda sem presença comercial no Brasil, e por fim, o Gualto 2011, o Brunello Riserva, ícone da casa, com produção anual de apenas 2.600 garrafas. Gualto como o próprio nome sugere, faz menção a Gualtiero Guezzi, atual proprietário da Cantina. Um vinho 100% Sangiovese, que matura 36 meses em carvalho francês e mais 2 anos em garrafa, revelando ao mesmo tempo potência e sofisticação. Sua vocação para envelhcer é notória, ganhando com a idade muita elegância, complexidade e refinamento.  

O Vinho da Semana
O Gualto 2011 me impressionou sobremaneira. Muitas camadas de frutas reveladas sobre um aporte de madeira se mesclavam as especiarias e a um mentolado, tornando-o indescritivelmente complexo. Ainda muito jovem, esse Brunello Riserva revelou no nariz e na boca um potencial incrível para crescer, sinalizando com uma longa curva de vida até alcançar a sua grandiosa plenitude. Sensacional.

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