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VOA, uma vodka potiguar, leva segundo lugar em concurso na Inglaterra

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Tales Lobo
Repórter

O Rio Grande do Norte está mais uma vez representado entre os melhores produtores de bebidas alcoólicas do Brasil e do Mundo. A VOA Vodka, produzida e engarrafada pela tradicional destilaria Samanaú, em Caicó, ficou em segundo lugar em um concurso na Inglaterra, que reúne os melhores destilados do mundo. Apesar da produção potiguar, o produto só é comercializado no Rio de Janeiro, mas deve chegar ao mercado norte-rio-grandense em breve, juntamente com outras novidades da Samanaú.
VOA é uma abreviação para Vodka Original Artesanal, referência ao seu processo de produção no Seridó do Rio Grande do Norte
De acordo com os desenvolvedores da bebida, a VOA, lançada em 2019, é a primeira vodka ultrapremium brasileira, concebida para ser uma das melhores do Mundo. O nome é uma abreviação de ‘Vodka Original Artesanal’, referência ao seu processo de produção no Seridó Potiguar.

“A VOA é produzida e engarrafada na Samanaú, mas pertence a um grupo do Rio de Janeiro. Só é comercializada o Rio de Janeiro. Esse ano que vamos comercializar aqui no Estado (RN). A Samanaú vai fazer a segunda versão e nós vamos comercializar aqui no Rio Grande do Norte”, explica Vidaldo Costa, o Dadá Costa, proprietário da cachaçaria Samanaú.

A VOA se junta a outras bebidas produzidas na Destilaria Samanaú, que também receberam prêmios nacionais e internacionais. Em 2019, a Cachaça Envelhecida foi eleita a melhor do Mundo e a Cachaça Prata venceu sua categoria no concurso Vinhos e Destilados, realizado em São Paulo. As cachaças já haviam acumulado outras premiações como o primeiro lugar no Concurso Mundial 2014, realizado em Bruxelas, na Bélgica e terceiro lugar no NY Spirits 2012, em Nova York, Estados Unidos.

“A linha de produção da Samanaú é muito enxuta e muito funcional. A gente criou primeiro a da cachaça, criamos uma independente para a vodka, e nós criamos uma terceira linha para o álcool líquido e uma quarta para o álcool gel”, ressalta Dadá Costa, sobre processos de fabricação desenvolvidos na Samanaú, e as adaptações realizadas para a fabricação da VOA Vodka.
Vidaldo Costa adianta que a Samanaú fará a segunda versão da VOA e comercializará o produto no Rio Grande do Norte ainda este ano
Além de estar em praticamente todos os estados do Brasil, a Samanaú possui licença de exportação para enviar seus produtos a diversos países da Europa, como Itália e Portugal. Além de já ter realizado exportações pontuais para outros continentes como África e Ásia.

Dadá Castro estima que sua cachaçaria tem tudo para participar de ainda mais campeonatos e concursos pelo planeta: “A gente tem uma tecnologia de ponta e não tem medo de disputar nenhuma dessas premiações internacionais. Claro, que com esses prêmios internacionais que a Samanaú ganhou, e que a Vodka ganhou, vamos disputar ainda mais. Devemos ter seis ou sete prêmios internacionais com a cachaça”, disse.

Novidades e ampliação

Dadá Costa também conta que hoje, a Samanaú produz cerca de 200 mil litros de bebidas por ano, mas possui capacidade para fabricar 500 mil litros. O proprietário da cachaçaria ainda revela planos para dobrar a capacidade do alambique nos próximos anos, visando as novidades que devem ser lançadas. “Temos quatro linhas de produção e estaremos criando uma quinta linha, porque vamos lançar já no início do próximo ano, ou no carnaval, uma bebida ‘ice’. Gaseificada, com teor alcoólico baixo e em vários sabores”, revela.

A Samanaú pretende lançar outra novidade já neste mês de setembro. Uma cachaça com preço mais popular, inclusive em embalagens de plástico para reduzir o custo, mas manter a qualidade para o consumidor, além de permitida em eventos onde as embalagens de vidro não podem entrar.

A Cachaçaria também conta com um projeto de bebida especial, envelhecida por 12 anos. A cachaça seria lançada em 2020, com 11 anos de maturação, no entanto, a pandemia da covid-19 adiou os planos.

“Nós estamos com uma cachaça que fez 11 anos, que eu vou ter que esperar fazer 12 anos, porque a pandemia atrasou tudo, e lançar no ano que vem a cachaça envelhecida 12 nos. Essa será uma cachaça especial. Poucas cachaças do Brasil são comercializadas com 12 anos”, conta o dono da Samanaú.

Excelência e ‘segredos’

Para colocar o nome do Rio grande do Norte entre os melhores produtores de bebidas do Mundo, a Samanaú utiliza padrões rigorosos, além de contar com profissionais qualificados e reconhecidos pelo mercado. A Samanaú integra um grupo de 12 cachaças do Brasil certificadas com o selo de orgânico para entrar no mercado internacional, sendo uma das duas do Estado a obter essa classificação.

“Nosso químico fabrica todo tipo de bebida. Tudo que a gente faz passa pela mão desse químico, com um controle de qualidade muito rígido”, diz Dadá Castro.

A Cachaçaria tem também seus “segredos” aliados a estudos avançados e alta tecnologia, que colaboram para evitar um efeito indesejado aos consumidores: a ressaca. Dentre os procedimentos químicos da linha de produção, está a retirada dos tipos de álcool que causam o famoso mal-estar e o mau hálito.

“Eu digo que segredo de cachaça é higiene. Quanto mais higiene tiver no seu alambique, menos acidez você tem. A nossa chega a quase zero. Tem outra coisa super importante que nosso químico desenvolveu, a patente é dele, que todos os nossos produtos não dão ressaca, desde que você não misture. Nenhuma bebida nossa dá dor de cabeça. Então isso a pessoa prova diversas vezes e passa a ser fiel. A gente fideliza o consumidor”, assegura Dadá Costa, demonstrando o orgulho das suas bebidas produzidas no Seridó potiguar.

História

A Samanaú começou a funcionar em 2004, no Sítio Samanaú um alambique artesanal onde a bebida passou a ser produzida em pleno sertão potiguar. A propriedade possui 250 hectares, onde também é cultivada parte das 534 toneladas de cana de açúcar processadas no alambique. A outra parte vem de plantações no município de Ceará-Mirim. Todo esse cultivo é orgânico e atestado pela IBD Certificadora desde 2012. A empresa produz os rótulos Samanaú Prata, Ouro e Envelhecida; a Sibaúma Prata, Murim Prata e Ouro. Também produz vodca tridestilada sob as marcas Samanaú, Voa e Nevsky.

Produção na pandemia

As linhas de produção do álcool líquido e gel foram desenvolvidas durante a pandemia da covid-19. Segundo Dadá Costa, foi uma forma de manter a fábrica em operação, uma vez que houve uma queda significativa no mês de março, e os funcionários optaram por não tirar férias e seguir trabalhando. Com as adaptações e o aumento do consumo das bebidas, a Cachaçaria não apenas se recuperou, como obteve recordes na produção, chegando a produzir 50% mais em junho deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2019. Dadá Costa credita também parte do sucesso durante a pandemia ao fenômeno das lives musicais, que levou os consumidores a beberem em casa. “Eu passei 30 dias sem produzir nada. Nesses 30 dias a gente criou a linha de produção do álcool líquido e gel. Para a surpresa nossa, abril já houve rendimento (na venda da cachaça), maio foi melhorando, e junho nós fomos recorde. Foi o mês que vendeu mais. Eu estou sentindo que o que me ajudou muito foram as lives. Lives de Zezo, Circuito Musical…. Então nós ajudamos a divulgar nosso produto e também ajuda a cultura, que está tão abatida”, conclui.

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