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Voo impulsiona o ‘turismo espacial’

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O homem mais rico do mundo foi para o espaço – e voltou com as mãos sobre um novo negócio. Fundador da Amazon, Jeff Bezos embarcou no primeiro voo com seres humanos a bordo da Blue Origin, sua empresa de exploração espacial. Com o feito atingido com sucesso, o bilionário se coloca de vez na corrida espacial, uma área na qual vinha comendo poeira de rivais como Elon Musk, da SpaceX, e Richard Branson, da Virgin Galactic.
Jeff Bezos, dono da Blue Origin, se tornou o segundo bilionário a voar ao espaço na própria espaçonave
Em apenas 10 minutos e 10 segundos, a viagem foi concretizada com sucesso: a nave tocou o solo terráqueo às 10h22. O lançamento ocorreu às 10h12. A separação da cápsula ocorreu às 10h16 e o lançador voltou à Terra e tocou o solo às 10h19 – o voo atingiu velocidade máxima de 3.595 km/h. Os paraquedas da nave se abriram por volta das 10h20. Ainda perto do local de pouso, a equipe comemorou com champanhe o sucesso da viagem.
A tripulação do primeiro voo com humanos da Blue Origin, empresa de exploração espacial de Jeff Bezos, embarcou no foguete New Shepard, testou os comandos de comunicação com a base na Terra e depois a cápsula foi fechada. Então, os viajantes aguardaram a contagem regressiva para a decolagem – os últimos dois minutos antes da decolagem foram controlados inteiramente pelos sistemas autônomos da nave. A plataforma de acesso se desprendeu por volta das 10h10, faltando 1 minuto para decolagem. Com todos a bordo, a tripulação aguardou as checagens finais, o que atrasou em alguns minutos o lançamento. A decolagem estava marcada para às 10h (horário de Brasília) – o lançamento aconteceu no oeste do Texas (EUA), próximo à cidade de Van Horn.
Na manhã de ontem, a Blue Origin indicou que o voo estava confirmado para o horário programado – condições climáticas sempre podem alterar a programação de viagens espaciais, o que não foi o caso desta vez. A viagem teve transmissão pela internet.
O foguete New Shepard foi lançado com quatro passageiros: Jeff Bezos, o irmão Mark Bezos, Wally Funk (pioneira do setor aeroespacial de 82 anos) e Oliver Daemen (estudante de física de 18 anos). Foram cerca de 10 minutos de viagem, que teve três etapas: o lançamento do foguete, a separação da cápsula com os passageiros e o retorno da tripulação à Terra em queda livre com paraquedas em direção à mesma região de onde partiu. Faltando 45 minutos para o lançamento, a equipe seguiu em direção rumo ao foguete para o embarque, o que inclui um trajeto de duas milhas de carro e a subida na estação de embarque.
Após a realização da viagem do patrão com sucesso, a Blue Origin comemorou o feito no Twitter.No evento após o voo, que contou com as filhas do astronauta Alan Shepard, os quatro receberam o broche dedicado apenas a astronautas, uma tradição americana relacionada à exploração espacial. “Quero agradecer os engenheiros da Blue Origin, que fizeram um trabalho incrivel em construir o mais confiável e divertido véiculo, a cidade de Van Horn e a cada funcionário e cliente da Amazon. Vocês pagaram por isso aqui”, disse Bezos.
“Minhas expectativas eram altas, mas foram dramticamente superadas. A gravidade zero parecia algo natural. A parte mais profunda da viagem foi olhar a Terra. Todo astronauta diz que isso muda a perspectiva quando você olha toda beleza e fragilidade da Terra”, disse.
Diferentemente dos voos para a Estação Espacial Internacional, que está em órbita a 408 km de distância da Terra, a nave New Shepard fez uma viagem suborbital: o objetivo era cruzar a linha de Karman, a 100 km de altitude, que, por convenção internacional, marca o início do espaço sideral. A cápsula atingiu a marca com sucesso e bateu 107 km de altitude.
A viagem colocou a Blue Origin no mapa da exploração espacial privada, uma disputa que vê outras empresas na dianteira. Entre elas estão a SpaceX, de Elon Musk, e a Virgin Galactic – a empresa capitaneada por Richard Branson realizou com sucesso no último dia 11 um voo suborbital com a presença do bilionário de 71 anos de idade. Na madrugada de ontem, Elon Musk enviou uma mensagem de boa sorte à tripulação da Blue Origin.
Após o voo, Richard Branson, da Virgin Galactic, congratulou a equipe da empresa rival.
Os preços de um assento em uma nave da Blue Origin ainda são um mistério – a empresa ainda não revelou os valores oficiais dos voos. Oliver Daemen, estudante de física que comprou seu lugar no foguete, não divulgou o quanto pagou. Por enquanto, o parâmetro do preço para um assento na nave é um leilão de US$ 28 milhões, abocanhado no mês passado por um milionário desconhecido, que acabou desistindo desta viagem por motivos de “agenda”. Já a Virgin Galactic irá comercializar os seus voos por US$ 250 mil. A Blue Origin anunciou nesta manhã que deve fazer mais dois voos tripulados ainda neste ano, mas os preços não foram revelados. Os interessados devem mandar e-mails para a empresa.Feito coloca Blue Origin na disputa do setor
Depois da Virgin Galactic preparar o terreno na semana passada, a Blue Origin mostrou nesta terça uma outra tecnologia para voos suborbitais, com uso de foguete – a viagem de Branson foi executada com um avião.

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