segunda-feira, 6 de maio, 2024
28.1 C
Natal
segunda-feira, 6 de maio, 2024

Vôos atrasam até duas horas

- Publicidade -

CAOS - Atrasos nos embarques geraram filas nos check-ins do Augusto Severo ontemA crise no setor aéreo do País voltou a afetar o Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim. Ontem, praticamente todos os vôos previstos para decolar à tarde, quando são registrados os maiores picos de pousos e decolagens, sofreram atrasos de duas horas, em média. Aeronaves sem aterrissar, longas filas nos guichês das companhias, horas de espera e informações desencontradas irritaram passageiros que tentavam embarcar. A justificativa da Infraero é que o terminal sofre do efeito cascata, provocado por atrasos em outros aeroportos.

Os monitores das companhias aéreas não chegaram a indicar nenhum cancelamento de vôo. Mas, os horários previstos para a chegada dos aviões e as decolagens não correspondiam aos fornecidos pela Infraero. “As informações estão todas desencontradas. No monitor da TAM, o horário previsto é 15h30. Já no da Infraero, 17h30. É uma total falta de atenção ao consumidor”, exaltou-se o empresário paulistano Luis Antônio Stefaneli, 30 anos, no balcão de informações do aeroporto.

O vôo dele com destino a São Paulo deveria partir de Natal às 15h. Uma hora depois, a aeronave sequer havia pousado.  O movimento nos guichês não parou durante toda a tarde de ontem. Nas filas, reclamações eram uma unanimidade, principalmente no guichê da GOL onde a fila era maior. Os passageiros chegaram a permanecer por mais de 40 minutos em pé à espera do check in. “Estamos cansados de ouvir desculpas de todos os lados. Precisamos de soluções”, argumentou o industriário, Rodrigo Bonaccorsi, que também tentava embarcar para a capital paulista.

Da confusão, somente uma certeza: pousos e decolagens no terminal sofreram atrasos. Segundo informações repassadas pela Infraero, alguns vôos demoraram até três horas e meia para chegar, como é o caso do 3496, da TAM, cuja aterrissagem era para ocorrer às 13h30, mas o pouso ocorreria somente às 17h. Dos seis vôos programados para chegar entre 13h e 16h, apenas um posou nesse período, o 3370, oriundo de Brasília (DF). Os demais, vindos do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Bahia, Ceará e Pernambuco, demoraram para sobrevoar o espaço aéreo do Rio Grande do Norte. Foram os vôos 3300 (TAM), 3316 (TAM), 3496 (TAM), 1988(Gol) e 1999(Gol).

De acordo com o coordenador de Operações de Segurança da Infraero no RN, Paulo China, o atraso na chegada dos aviões comprometeu as decolagens. Mas, para minimizar o problema, as aeronaves não seriam retidas no solo por muito tempo, no máximo 30 minutos – tempo mínimo para abastecê-las de combustível e serviço de catering (alimentação). “Reconhecemos que os atrasos são ruins porque geram insatisfação nos passageiros. Mais uma vez recebemos o efeito cascata do Rio e São Paulo”, justificou Paulo China. Segundo ele, a Anac informou que os atrasos foram provocados pelo controle por excesso de tráfego aéreo. As rotas internacionais que saem do aeroporto Augusto Severo não sofreram alterações com a crise.

Troca de monitores gera paralisação

Brasília (AE) – Pelo segundo dia consecutivo, os controladores de vôo fizeram ontem operação padrão no Centro de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1), em Brasília. Oito dos nove consoles, onde estão os monitores, precisaram passar por reparos à tarde. Isso ocasionou atrasos nos vôos dos principais aeroportos do País. “Os controladores adotam uma operação padrão, diminuindo pela metade os vôos controlados”, explicou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), integrante da CPI do Apagão Aéreo da Câmara.  

Mais cedo, na CPI do Apagão Aéreo do Senado, o diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon Borges Cardoso, afirmou que a Aeronáutica começou a trocar a partir de ontem 10 consoles (monitores). O desgaste dos equipamentos é o principal motivo apontado pelos controladores de vôo para reduzir o tráfego aéreo, ocasionando atrasos nos vôos dos principais aeroportos do País. Ontem, apenas um dos consoles foi trocado no Cindacta 1. “Mas o problema não é só equipamento. Isso está solucionado. Temos problemas relativos à área de pessoal”, disse.

Segundo o diretor do Decea, cinco monitores do Cindacta 1 ficaram parados na quarta-feira passada. Apenas quatro trabalharam. Enquanto os cinco monitores eram trocados, houve necessidade de dar um espaço maior de tempo entre os pousos e decolagens nos aeroportos de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. “Eles (controladores) disseram que com aquelas condições não dava para eles operarem, mesmo a equipe técnica dizendo que havia condições operacionais”, disse o diretor do Decea. “Todas as vezes que se fala de segurança preferimos parar para não correr riscos”, completou.

Atrasos partiram de problemas em Brasília

Brasília (AE) – A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) informou que até às 18h30 de ontem o percentual de vôos atrasados em mais de uma hora era de 25%. Dos 1.484 vôos programados para o período de zero hora até o início da noite, 373 vôos saíram com atrasos. Outros 85 vôos, ou 5,7% do total, foram cancelados. Os percentuais mais altos de atrasos foram registrados nos aeroportos do Nordeste (Fortaleza – 43%, Recife-47% e Salvador-40%). Os atrasos de ontem fazem parte do efeito cascata por conta da operação padrão feita por controladores de vôo de Brasília (Cindacta-1) na terça-feira passada. Os Aeroportos Internacionais Tom Jobim, no Rio, e Tancredo Neves, em Minas, chegaram a ser fechados.

A assessoria de imprensa da Infraero informou ainda que, além disso, houve uma queda de comunicação no aeroporto de Brasília devido a uma pane no sistema de freqüências do Cindacta 1. Esse problema causou a suspensão de todo os vôos do aeroporto de Brasília entre 17h15 e 17h45. Já o ministro da Defesa, Waldir Pires, admitiu ontem, em Paris, que esta crise não será resolvida antes de um ano. Ele não quis precisar tempo, mas afirmou que “a solução virá quando forem restauradas as condições de termos controladores suficientemente treinados”.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas