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Voz da testemunha

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Lydia Medeiros

Ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PP) confirma denúncia da Procuradoria-Geral da República de que Aécio Neves (PSDB) tentou alterar o curso de investigações na Lava Jato. O deputado acusou o senador tucano de pressioná-lo, quando era ministro, para nomear um delegado da Polícia Federal “de sua preferência para investigar suas ações delituosas”. Aécio Neves se tornou réu esta semana por corrupção passiva e obstrução de Justiça. Na denúncia, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diz que Serraglio foi substituído, em maio do ano passado, depois de pressão de Aécio e outros parlamentares. Em conversa gravada por Joesley Batista, Aécio desqualifica a nomeação de Serraglio e se refere ao então ministro com palavrões. O deputado confirma: “Já se descortinam algumas das razões, de alto nível político-partidário, que instabilizaram minha permanência na pasta”. Serraglio adiciona outro nome à lista: “Pressões semelhantes advieram do senador Renan Calheiros (PMDB), ex-presidente do Congresso Nacional, multi-investigado pela Polícia Federal”.

Entrevista com Osmar Serraglio, deputado (PP-PR)

De que forma o senhor foi pressionado pelo senador Aécio?
Quando for (falar) como testemunha, vou dizer. Fui arrolado pelo Ministério Público.

Ele pediu a nomeação de delegado federal diretamente ao senhor ou por um intermediário?
Ele fez (o pedido).

Renan fez o mesmo tipo de pedido?
Do Renan, não há nenhum fato judicializado. Faça uma investigação sobre o que ele falava de mim. (Renan foi à tribuna do Senado algumas vezes cobrar a demissão de Serraglio do Ministério da Justiça).

Com a palavra
A assessoria de Aécio Neves foi procurada, mas até o fechamento da coluna não conseguiu contato com o tucano. Já o senador Renan Calheiros afirma que a declaração de Osmar Serraglio sobre ele é uma “vingança”: “Denunciei que ele foi nomeado pelo Eduardo Cunha (PMDB). Rompi com o governo por isso”.

Ritmo de valsa
O ministro Celso de Mello, revisor da Lava-Jato, está, desde dezembro, com um dos sete processos contra Gleisi Hoffmann. O decano da Corte prometeu que antes de abril levaria o caso ao plenário, mas até agora, nada. Há dez anos está no gabinete do ministro ação contra o deputado Flaviano Melo (AC), acusado de fraudes no Banco do Brasil quando foi governador do Acre, no final dos anos 80. A ação penal prescreve no fim de junho.

Jurisprudência
Depois de assistir à sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal, que deixou o doente deputado Paulo Maluf em prisão domiciliar, um parlamentar indagava o que farão os ministros com 4.350 homens e mulheres portadores de deficiências que permanecem presos, segundo o cadastro anual do serviço penitenciário. Desses, 2.557 pessoas foram identificadas com “deficiência mental”. Outras 1.169 apresentam alguma grave deficiência físico-motora — são cadeirantes, com paralisia cerebral, hemiplegias, lesão medular, amputações e artropatias.

Início morno
O primeiro dia do político Joaquim Barbosa decepcionou dirigentes do PSB que esperavam mais ânimo do quase-candidato.

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