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Wallyson e Max

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Rubens Lemos Filho
Entre 2006 e 2007, Lula presidia o Brasil, a saudosa professora Wilma de Faria governava o Rio Grande do Norte e Carlos Eduardo cumpria o segundo, dos seus quatro mandatos de prefeito de Natal.  Era o auge de Wallyson pelo ABC e de Max, pelo América. Um fez o ABC subir para a Série B e o outro marcou o gol histórico do segundo acesso rubro à Série A do Campeonato Brasileiro.
Passados 12, 13 anos, tanto Wallyson quanto Max permanecem como esperanças de oxigênio emocional no desespero dos dois principais clubes do Estado pela Terceira Divisão. O alvinegro para não descer e o América para continuar seu calvário e sair da decrépita Série D, caldeirão de chicotadas dos clubes em sufoco moribundo.

Wallyson, na pressa dos apaixonados, foi chamado de craque. Fez um belo 2007. Fez gols epopeicos, decidiu partidas impossíveis. Chegou a ser cotado para a seleção brasileira quando brilhou no Cruzeiro – artilheiro da Libertadores, até sofrer uma grave contusão, esfumaçando seu ímpeto goleador. Antes, se destacou no Atlético Paranaense(PR).

Wallyson não deu certo no São Paulo, no Botafogo, no Coritiba, no Santa Cruz, no Vila Nova de Goiás, no Vitória e no CRB, na curva descendente daqueles que vão murchando no universo boleiro.

No nível pavoroso de hoje, poderia ser diferenciado. Fez 32 gols em seis anos. Média de 5,3 por temporada. Nove desses gols foram na volta ao ABC de 2018. Quando foi contrarregra do magrelo Matheus, que parece imitá-lo na trajetória errante.

Max é uma espécie de amuleto. Nas horas de aperto, decide. O imaginário dos fanáticos faz dele um desenho surreal de 13 anos passados, contusões e a inflexibilidade do tempo. Wallyson e Max, nada pessoal(em Natal, rima pobre, tudo é levado ao pessoal), o que mais torço é que me desmintam e mantenham, longevos, o respirar de ABC e América.

Craque e bom jogador
Craque é condição superior, acima das previsibilidades. Desde Souza, revelado em 1993 ao botar o Flamengo para dançar no Machadão pela Copa do Brasil até hoje, ninguém pode ser chamado pelo adjetivo sublime da bola.

O último craque foi Souza e, com todo o respeito ao seu temperamento por vezes desconfiado da humanidade, distante e arredio, gênios foram Marinho Chagas, último, único, inimitável e Alberi, melhor do Brasil em sua posição com a Bola de Prata de 1972, época de tricampeonato mundial.

O texto que abre a coluna revela uma constatação infame: as categorias de base são malcuidadas. A Lei Pelé, é bem verdade, acabou com os clubes, oferecendo uma teoria de liberdade com o fim do passe e apresentando, de panela de barro sujo, modelo de relacionamento execrável, com a ocupação do espaço para revelação de talentos, por um exército de mercenários raptando promessas ainda com cheiro de berçário.

Dinheiro rolando e os clubes trazendo paquidermes antigos, ultrapassados, machucados, enganadores, quando  o sensato seria, na falta de dinheiro, botar a meninada em campo.

Daí Fessin e Matheus no ABC. Fessin, uma chama talentosa, quebrou a perna no Corinthians. Matheus, passeia por times alhures. Se bem que os velhotes enganam porque os novatos são muito fracos.

Baixinho, neguinho e mirrado bom de bola, pobre para agravar a conversa, foi banido. Não pode pagar escolinha, que ficou para gigantes zagueiros, volantes, atacantes toscos, extrato do modelo subserviente de imitação do futebol europeu da era Zagalliana. Mudaram nomenclaturas de subúrbio(escreverei sobre essa aberração outro dia) e treinador prefere empatar pois de ponto em ponto segue ganhando um conto.

Qualidade. Um dia, meus tataranetos  a verão em algum campo nem que seja no verde fértil da liberdade infinita. Do jeito que o redator contemplava, encantado em 1983, um drible seco de Marinho Apolônio, maior ponta de lança da história do finado Machadão. O homem que fez 31 gols num campeonato e formou com Silva, autor de 32 gols, a parceria eternamente Bossa Nova dos sonhos de quem ama a beleza perdida de uma peleja.

Enquanto isso
O site de estatísticas O Gol aponta que Tito, reforço de última hora do ABC para o ataque marco uma vez em 17 jogos pelo Avenida(RS) este ano. No ano passado, fez 100% a mais pelo Desportivo Brasil. Em duas partidas.

Ufa!

O ABC pode respirar sossegado. O interminável meia Marcelinho Paraíba, do Treze, está fora do jogo de amanhã no Frasqueirão. Suspenso. Marcelinho Paraíba tem 44 anos de idade. Cinco anos mais moço que eu. E bate na bola que é uma classe.

Sua Senhoria

É carioca e tem dez anos de CBF o árbitro Rodrigo Carvalhaes, que vai apitar Jacuipense(BA)  x América(RN) domingo em Riachão do Jacuípe(BA), no alçapão Eliel de Lima. Perto desse monumento, o velho e esquecido Estádio Juvenal Lamartine é um Camp Nou de Barcelona.

César Sampaio

O América traz César Sampaio, volante, nome de craque, na mesma posição do craque legítimo, revelado pelo Santos e titular da seleção brasileira de 1998. César Sampaio, o às da criação, tem 51 anos. O do América, trazido depois de atuar no Boa Esporte, conta 29 de nascido e demonstrou alguma competência atuando pelo Sampaio Corrêa. É Sampaio demais na reta decisiva. Preferia o velho.

5 de julho

Chorei demais no gol de Falcão, quando o Brasil empatou no 2×2 contra a Itália. A melhor seleção que acompanhei ao vivo. Do técnico Telê Santana. Perdeu de 3×2 da Itália, que, ao contrário dos xenófobos, era, sim um belo time também. O que tinha de amante da arte, Telê tinha de teimoso. Serginho Chulapa e Valdir Peres não jogariam uma Copa e Cozinha. O time de 1982 era maravilhoso.

Há 50 anos

ABC e América empatavam em 0x0 em  amistoso no velho Juvenal Lamartine. Público desinteressado naquela tarde de 1969 : 2.115 pagantes. O árbitro foi Jáder Correia. O ABC atuou com Erivan; Batista(pai do jornalista Alan Oliveira), Piaba, Ivan Matos(irmão de nosso editor Itamar Ciríaco) e Otávio; Arandir e Esquerdinha(Beto); Zito(Izulamar), Alberi(César) , João Galego e Burunga. América: Franz; Toinho, Cláudio, Nivaldo(Lolô) e Souza; Adeildo e Deo; Aranha(Bagadão), Alemão(Talvanes), Evaldo e Lia.
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