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Weintraub vai à PF e prefere entregar depoimento escrito

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BRASÍLIA (AE) – Intimado a prestar esclarecimentos sobre suspeita de racismo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, compareceu ontem à sede da Polícia Federal (PF) e entregou um depoimento por escrito. Na saída, o ministro foi carregado nos braços por apoiadores que o aguardavam em frente ao edifício e fez um breve discurso sobre liberdade de expressão.
Abraham Weintraub é carregado por apoiadores ao deixar o edifício sede da Polícia Federal
“A liberdade é a coisa mais importante em uma democracia e a primeira coisa que vão tentar calar é a liberdade de expressão. Obrigado pelo apoio, gente”, disse Weintraub, usando um megafone, aos cerca de 30 apoiadores que o cercavam.
No Twitter, logo após o depoimento, o ministro disse que foi bem tratado. “Prestei depoimento à PF, em respeito à polícia. Fui muito bem recebido pelo diretor-geral Rolando e por toda sua equipe. Agradeço especialmente a você, que me apoia na luta pela liberdade!”, disse.
Racismo
A tomada de depoimento de Weintraub foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, relator de um inquérito aberto para apurar suspeita de racismo. A investigação teve início em abril, após o ministro postar mensagem no Twitter em que trocava as letras “r” por “l”, ridicularizando o sotaque de alguns chineses ao falar português. Na postagem, o titular da Educação insinuava que a China vai sair “fortalecida” da crise causada pelo novo coronavírus.
“Quem são os aliados no Brasil do plano infalível do Cebolinha (personagem criado por Maurício de Sousa) para dominar o mundo?”, dizia a postagem, que Weintraub apagou após repercussão negativa. Na publicação, o ministro usou uma imagem da Turma da Mônica ambientada na Muralha da China e fez referência ao modo de falar de Cebolinha, o que indicaria que se trata dos chineses.
Weintraub havia requisitado ao STF permissão para escolher data e horário em que seria ouvido, mas Celso de Mello negou. O decano do STF apontou que essa prerrogativa só vale para testemunhas e vítimas – Weintraub é investigado.
A Embaixada da China no Brasil repudiou as declarações de Weintraub, chamando-as de “completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”.
Na semana passada, Weintraub ficou calado no depoimento referente a um outro inquérito – o que apura notícias falsas e ameaças a ministros da Suprema Corte. 
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