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Wilma de Faria volta a criticar adversários durante discurso

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ATO - Governadora Wilma de Faria é empossada no Teatro Alberto Maranhão

Publicada às 20h58

A solenidade de posse da governadora reeleita Wilma de Faria, no Teatro Alberto Maranhão, foi marcada por um desabafo político e promessas de um governo desenvolvimentista, voltado para obras estruturantes e ações sociais. A governadora começou o discurso falando do papel da mulher e dos avanços da luta femininista. Mas um dos pontos altos foi mesmo a tônica política. Ela criticou os adversários pela indiferença com a sua vitória. "Hoje sinto que ainda é uma ousadia vencer os líderes conservadores contra os quais travei a grande luta democrática das últimas décadas. Eles não aceitam. De nenhum dos meus adversários, passados tantos dias da proclamação das urnas, ouvi um só voto de confiança, sequer um telegrama, onde externassem o reconhecimento da nossa vitória e os votos de boa sorte. E ainda me querem calada porque não suportam ouvir a voz de uma mulher vitoriosa exercendo suas opiniões".

No seu primeiro discurso como governadora reeleita empossada Wilma de Faria fez uma análise dos primeiros quatro anos de administração, destacou os "avanços" em áreas da saúde, segurança e educação e fez promessas para os próximos quatro anos. Um dos pontos altos do discurso foi o lançamento da "Agenda do Rio Grande do Norte" lançada pela governadora. Entre as obras estruturantes, ela prometeu o aeroporto de São Gonçalo do Amarante e o Pólo Industrial Químico. E voltou a falar da Ponte de Todos Newton Navarro, que ainda não tem data para ser inaugurada.

Oposição critica tom revanchista do discurso

O discurso de posse com o toque revanchista da governadora Wilma de Faria (PSB) não agradou ao deputado Elias Fernandes (PMDB), um dos poucos da oposição que foram à sessão solene da Assembléia Legislativa.

Para Fernandes, a governadora "fez exatamente o contrário" do que disse o presidente da Casa, deputado Robinson Faria (PMN), que conclamou a classe política a desarmar os ânimos políticos e a se unirem em favor do desenvolvimento do Rio Grande do Norte.

"A governadora tripudiou em cima dos derrotados", simplificou o deputado Elias Fernandes, para quem Wilma de Faria "acentuou o radicalismo político" em seu discurso de posse para o segundo mandato, inclusive se dizendo magoada porque não recebeu sequer um telegrama de políticos da oposição de reconhecimento à sua vitória eleitoral.

Segundo Fernandes, a postura da governadora pode "dificultar muito a união das forças políticas", considerando-se que a oposição poderia ajudar bastante o seu governo, pois tem três senadores e três deputados federais. "Acho que o discurso dela quebrou o brilho da posse", resumiu Fernandes.

Discurso da governadora Wilma de Faria:

Senhor Presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, deputado Robinson Faria, companheiro de todas as horas e de todas as lutas,

Senhoras Deputadas, Senhores Deputados,

Minhas Senhoras, Meus Senhores

 Assumo, sob a proteção de Deus e diante do Poder Legislativo, o Governo do Rio Grande do Norte. E chego conduzida pelas mãos do Povo, depois de vivermos juntos aquela que foi para mim a mais bela e inesquecível luta democrática. 

Sou uma mulher, e por isso dirijo às mulheres a minha primeira palavra, porque elas sabem compreender muito mais intensamente a emoção do meu sentimento nesta hora.

É longa a nossa caminhada. Reúno em mim, como reúnem todas as mulheres, a síntese de uma história que vem desde os nossos ancestrais, numa luta contra a discriminação que já dura séculos.

Quando a intolerância ruiu, e a sociedade moderna desejou avançar, com a presença da mulher gerando novas práticas políticas, então erguemos a nossa voz. E diante do espanto dos que não acreditavam, conquistamos nosso espaço para um novo tempo na história da Humanidade.

Nós sabemos: ainda não acabou a caminhada. Todas as vezes que uma mulher assume a missão de líder ou uma tarefa de dirigente, do mais humilde dos ofícios ao mais elevado cargo da vida pública, ainda é como se fosse um instante mágico.

Por isso, acreditem, não é um sonho: uma mulher assume nesta hora, pela segunda vez consecutiva, com o voto livre da maioria absoluta, o Governo do Rio Grande do Norte.

Chego como uma governadora de todos, sem discriminação de qualquer natureza. Por isso venho convocar os homens de bem, as companheiras e companheiros de luta. Quero tê-los ao lado, até porque as pesquisas atestaram: tive a clara preferência das mulheres e dos homens, dos jovens e dos idosos, de todas as faixas  econômicas  e etárias, o que só aumenta a responsabilidade de governar.

Hoje sinto que ainda é uma ousadia vencer os líderes conservadores contra os quais travei a grande luta democrática das últimas décadas. Eles não aceitam. De nenhum dos meus adversários, passados tantos dias da proclamação das urnas, ouvi um só voto de confiança, sequer um telegrama, onde externassem o reconhecimento da nossa vitória e os votos de boa sorte. E ainda me querem calada porque não suportam ouvir a voz de uma mulher vitoriosa  exercendo suas opiniões.

O Rio Grande do Norte me conhece.

Tenho enfrentado os maiores desafios pessoais e políticos que uma pessoa pública pode viver. E de todas as experiências vividas, trago uma lição: só vence quem não teme a verdade e nem  alimenta o rancor de destruir ninguém.  

Estou convencida: exercer a vida pública com consciência e modernidade política,  é seguir as lições cristãs e humanistas de amor e respeito ao próximo. Um governante só conquista a confiança do Povo e dos vários segmentos da sociedade, se compreender e respeitar a condição humana nas suas ousadias e fragilidades; e se for capaz de se deixar iluminar pelo sol da verdade, sem cultivar segredos e medos. Só vence quem caminha na direção da Luz.

Quantas vezes a alma sente a dor mais profunda quando somos feridos pela calúnia e a difamação. Quantas vezes não tentam sufocar a verdade como se fosse possível iluminar a opinião pública com a chama falsa da mentira. É preciso compreender o inconformismo de alguns que não aceitam a derrota e erguer a voz forte sem agredir ninguém. E na serenidade mais absoluta manter o governo firme e tranqüilo, porque é um bem de todos.  

 Depois de viver derrotas e vitórias, de ser  deputada federal com posições ousadas e sofrendo até incompreensões; de ser prefeita três vezes; de ir às ruas pedir o julgamento popular e o voto para eleger dois prefeitos de Natal; e de governar o Estado quatro anos contra todas as expectativas daqueles que se julgavam donos do poder; depois de todo esse tempo de ricas experiências, posso dizer: chego mais segura para o novo governo, porque agora conheço mais a vida, o exercício da política e os perigos do caminho.

Minhas senhoras, meus senhores:

Confesso: até determinado momento do meu primeiro governo, não alimentei o desejo de governar mais quatro anos. 

Mas, fui ouvir o Povo. Sei ouvir seu coração nas nossas conversas em todas as regiões do Estado. Fui sentir a tendência natural dos meus companheiros de partido e dos partidos aliados. Era grave constatar que outra vez os poderosos se uniam, e agora da forma mais contraditória, com uma traição pública ao amor próprio e à História que eles mesmos escreveram com as letras das agressões mútuas durante décadas. Era inacreditável ver os adversários de ontem juntos, e com um só objetivo: reconquistar o poder e tirar dessas mãos limpas o leme que mantém no rumo certo e tranqüilo o nosso Rio Grande do Norte com um governo sério, feito de paz e prosperidade. 

Quando vi montados os cenários do teatro do absurdo, e ouvi vozes declarando candidatos imbatíveis num triunfalismo – aquele sim – anunciando ainda no mês de junho uma vitória com 23% de vantagem, e com a desmedida euforia que projetava até quatrocentos mil votos de maioria, vi que era hora de abandonar qualquer hipótese que não fosse lutar para que o povo permanecesse no poder. Passei a sonhar com o Povo o grande sonho de construirmos uma nova vitória com a missão de solidificar a conquista da liberdade acima de todas as ameaças de dominação.

Aceitei a luta, mesmo diante das fortes estruturas e de um candidato apresentado como um governador de férias.

Reuni em torno da nossa bandeira o que há de mais expressivo e renovador na política do Rio Grande do Norte, sem esquecer a experiência dos que estavam nas trincheiras há muitos anos.

A força dos novos líderes, aqueles que governarão amanhã.

O idealismo dos políticos jovens, cheios de idéias e de boa fé.

Ouvi os temores do Povo diante da ameaça de perda do que até agora fora possível conquistar.

E comecei a lutar.

Saí pelas estradas de todas as regiões, vilas e povoados, fazendas e sítios, e a todos pedi o apoio e o votos.

Todos atenderam a convocação.

Nunca estive sozinha.

Hoje, com nossas mãos em repouso e nossas almas serenadas, posso dizer em nome de todos nós: foi muito grande a luta, mas foi honroso para a nossa legião de mulheres e homens destemidos e fortes

O cansaço ainda pesa sobre os nossos ombros, mas estamos felizes.

Não apenas nosso bom combate nos deixa orgulhosos. Orgulhoso é ter construído, com a força do Povo, uma vitória limpa e legítima, longe das sombras dos acordos e das traições. Somos livres e por isso lutamos livremente.

Confesso mais, com toda a humildade diante do Povo: nunca lutei tanto pela vitória, nunca desejei tanto vencer uma eleição. Não por mim, mas para realizar os sonhos do Povo 

Assumo o Governo do Rio Grande do Norte e mais uma vez entrego-me por inteiro. Farei, mais uma vez, um governo de paz e justiça social, parceiro do povo nos seus sonhos e nas suas angústias, e, sobretudo, construtor do desenvolvimento, capaz de melhorar a vida dos mais pobres e garantir o progresso justo para todos.

Minhas Senhoras, Meus Senhores,

Venho de um primeiro governo feito de ações de grande extensão social e de obras físicas que poderão ser encontradas em todo o Rio Grande do Norte.

Numa revolução promovida pelo voto, buscamos as metas de emprego e renda, do desenvolvimento, da educação e da cultura, da saúde e da segurança e das conquistas valorizadoras do funcionalismo civil e militar.

Ao estabelecer o plano de prioridades e metas do meu primeiro governo não tive a preocupação de escolher obras grandes ou pequenas do ponto de vista físico ou de seu valor financeiro. Busquei escolhê-las em duas claras direções: aquelas mais urgentes e mais necessárias à melhoria de vida dos que precisavam das ações governamentais; e as grandes obras capazes de garantir o desenvolvimento e o progresso justos para todos. Sem abrir mão de um grande e sério programa de ação social em todos os níveis. Do hospital ao remédio; da qualificação ao emprego; do apoio às pequenas atividades produtivas e artesanais até a implantação ou expansão de grandes fábricas; do crédito rural à agricultura familiar; da segurança ao direito de ir e vir de cada cidadão; da casa própria ao pequeno negócio; das estradas até as pontes.

Fizemos um governo de parcerias. Sem esmolas que humilhassem os mais simples e sem favores gratuitos que atrofiassem o crescimento humano. Apostei na capacidade das mulheres e dos homens trabalhadores; na força dos jovens; na experiência dos mais velhos, no humano e justo desejo de cada um.

Sei que é chegada a hora de conclamar a todos, especialmente aos que têm representatividade política, para um novo momento histórico e construirmos as novas bases para o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Norte.

O meu governo será, mais uma vez, aberto a todos e a todas as propostas que engrandeçam o Rio Grande do Norte. Estaremos sempre de braços abertos para o diálogo construtivo com os segmentos políticos, econômicos e sociais, esperando sempre de cada um, e de todos, um gesto de amor para com o Rio Grande do Norte e sua gente.

A luta política está suspensa, o confronto entre novos e velhos modelos administrativos está novamente adiado. Agora é juntar as mãos, dividir as responsabilidades e partir para uma batalha única: fazer crescer o nosso Estado, repartindo o crescimento com todos os seus cidadãos, homens e mulheres de bem, força mais viva que nossa terra produziu.

Sei que, como eu, a grande maioria deseja um crescimento social mais equilibrado e permanente, que distribua a nossa riqueza de forma mais justa. Não podemos mais fazer crescer o bolo da injustiça, sem dividir com o Povo as vitórias realmente coletivas. Sei também que à todos cabe a responsabilidade de fazer do Rio Grande do Norte uma terra ainda melhor. Aos que empunham a bandeira da vida pública recai um compromisso maior, porque livremente escolheram o caminho da política que só é verdadeira se for praticada para realizar o bem comum.

A luta pelo poder não pode ser em vão. Ela precisa ter um Norte: melhorar a vida do Povo. E isso não pode mais ser apenas compromisso não cumprido de algumas campanhas antigas. É sério e definitivo o desafio que vivemos na busca de um padrão ético para as relações políticas. É essencial que não fiquemos baseados apenas no passado. Saibamos construir os novos caminhos do futuro.

A nossa vitória foi o atestado popular de que o Rio Grande do Norte está melhor.

Está melhor no emprego, com a criação de 180 mil novas vagas no mercado de trabalho nos últimos quatro anos, tendo alcançado o nosso Estado, por diversas vezes, elevados índices de crescimento nos empregos formais. Com as centrais do Trabalhador, atendemos mais de 60 mil pessoas com cursos de qualificação para inclusão no mercado de trabalho.

Está melhor na agricultura e no campo, onde mais de 80 mil famílias foram atendidas com programas de geração de emprego e renda, crédito e apoio técnico, como o Desenvolvimento Solidário;

Está melhor na saúde, mesmo a demanda não parando de crescer, pela implantação de programas como o das policlínicas regionais, do Samu metropolitano, da farmácia de todos e das reformas e ampliações dos maiores hospitais do Estado; Nessa área é preciso sempre repetir que a responsabilidade deve ser compartilhada por todos os governos, do federal aos municipais.

Está melhor na educação com a implantação do plano de cargos, carreira e salários dos professores, um sonho de mais de 20 anos que o nosso governo realizou. Com o programa Lendo e aprendendo, alfabetizando mais de 145 mil jovens e adultos nas cidades e no campo, com o crescimento da UERN e, especialmente, da implantação da faculdade de medicina de Mossoró, outro antigo sonho dos norte-rio-grandenses, e com a gestão democrática nas escolas.

O Rio Grande do Norte está melhor na zona rural com a construção de mais de 600 quilômetros de adutoras, que estão levando água para centenas de comunidades rurais antes esquecidas, com o programa Luz para Todos, que está aposentando a lamparina e o candeeiro nas casas norte-rio-grandenses. Isso sem falar na assistência técnica ao homem do campo, onde encontramos o descaso imperando e reconstruímos toda a estrutura da Emater, hoje reconhecida como exemplo nacional. Exemplo também foi o nosso programa de reforma agrária que contemplou 2.600 famílias. Um recorde nacional.

Está melhor na infra-estrutura, com os mais de mil quilômetros de estradas construídas e reconstruídas por todas as regiões, com os novos parques eólicos e a quase conclusão da Termoassu, que vão garantir a nossa auto-suficiência em energia. Melhoramos o saneamento com obras em Natal, Parnamirim, Acari, Caicó, Macau, Currais Novos e Pau dos Ferros. Só para citar alguns exemplos.

Para o funcionalismo público proporcionamos conquistas e melhorias salariais em vários setores como a educação, saúde, segurança pública e em órgãos como Fundac, Idema , Caern e Emater.

Minhas senhoras e meus senhores:

Houve um tempo, bem recente, em que o Rio Grande do Norte parecia uma terra de ninguém. Os bandidos davam o toque de recolher à população, aterrorizavam regiões, humilhavam a polícia. As quadrilhas organizadas não respeitavam as autoridades porque o Estado era desaparelhado, sem controle e com policiais sem motivação profissional. Mas hoje o nosso Estado também está melhor na segurança pública. O efetivo policial cresceu com a incorporação de quase três mil novos policiais, realizamos um grande investimento na compra de armamentos e viaturas, implantamos o programa polícia de bairro, as delegacias de defesa da mulher, combatemos a prostituição infantil e o tráfico de drogas e, num gesto de compreensão e reconhecimento, concedemos aumentos salariais para as polícias civil e militar.

E todo esse esforço tem dado resultado: um recente estudo do IBGE, amplamente divulgado pela mídia nacional, apontou Natal como a capital mais tranqüila do país em relação ao índice de homicídios, entre jovens de 15 a 24 anos.

O nosso turismo também está melhor. Passamos de 1 milhão e duzentos mil turistas em 2002 para 2 milhões, duzentos e trinta mil, em 2006. Esse fluxo turístico gerou uma receita de 600 milhões de dólares para a nossa economia. Temos hoje 24 vôos internacionais por semana, incluindo 6 vôos regulares para a Europa.

Estamos construindo um centro de convenção em Mossoró e inaugurando  o novo Centro de Convenções de Natal, que vão garantir a realização de grandes eventos que reduzem o impacto das baixas estações. Além disso, estamos implantando o saneamento das praias de Cotovelo, Pirangi e  Redinha.

A nossa cultura também está melhor: iluminamos o nosso Estado com a chegada de 46 casas de cultura que elevam a auto-estima, valorizam o talento e, principalmente, preservam a identidade cultural de cada povo, reacendendo suas tradições.

Com a Lei Câmara Cascudo, financiamos 115 projetos culturais, num total de 16 milhões de reais de renúncia fiscal. Construímos o Teatro de Cultura Popular, em Natal; e fomos o parceiro forte na construção do Teatro Dix-Huit Rosado, em Mossoró.

Derrubamos o famigerado Caldeirão do Diabo, a antiga Penitenciária João Chaves, para fazer nascer o Centro Cultural da Zona Norte.

O Rio Grande do Norte está melhor na habitação. Sem jamais aceitar vender o patrimônio público, que não pertence aos governantes, mas ao Povo, construí e reformei 30 mil casas populares, afinal de contas ninguém pode ser cidadão sem ter um lar digno para morar, criar a família, descansar do trabalho, exercer o direito ao lazer, e construir o futuro.

Essas e muitas outras ações que realizamos por todos os 167 municípios do Estado, contou com a incansável dedicação dos servidores públicos estaduais, dos Prefeitos e prefeitas, vereadores e vereadoras, lideranças formais e informais de cada município e o decisivo apoio dos poderes legislativos e judiciário do Estado. Toda essa união resultou na significativa melhoria do Rio Grande do Norte.

Agora é hora de avançar.

Estamos certos e aqui quero fazer um registro especial: O Rio Grande do Norte viverá, nos próximos quatro anos, o período de maior geração e captação de investimentos em obras e projetos públicos e privados que, hoje, estão programados para alcançar a volumosa meta de 15 bilhões de reais. Esses investimentos serão fruto da parceria entre o poder público e a iniciativa privada e serão capitaneados por ações do nosso governo, do governo federal, das prefeituras municipais, e da livre iniciativa, cada vez mais ousada e fortalecida em nosso Estado.

Posso garantir que vamos realizar o maior investimento público da nossa história,  para que ele, por sua dimensão, proporcione o desenvolvimento econômico e o avanço social que desejamos. O setor da infra-estrutura será o alvo principal dessa luta, pois sabemos que ele é alavancador do crescimento e maior gerador de empregos, um dos ícones da nossa estratégia de governo.

Essa é uma grande realidade, mas estou certa de que poderemos, juntos, fazer ainda mais. Esse é um desafio que não pode ser só nosso e para o qual convoco todos os que sonham com um Rio Grande do Norte mais justo e desenvolvido.

Fica lançada, portanto, a Agenda do Crescimento do Rio Grande do Norte e declaro estar de mãos estendidas para o entendimento.

Nos próximos quatro anos, vamos transformar o Rio Grande do Norte num verdadeiro canteiro de obras estruturantes e sociais.

Entre os projetos que lançaremos, vamos despoluir o Rio Potengi, garantindo, efetivamente, uma melhoria da qualidade de vida a milhares de pessoas com o equilíbrio ambiental;

Construiremos mais 500 quilômetros de novas estradas, além de investir na manutenção da malha viária existente.

Vamos construir as adutoras do Alto Oeste e implantar a segunda etapa da Adutora do Boqueirão, no Mato Grande. Também vamos construir a barragem de Oiticica dentro de um amplo programa de recursos hídricos, que prevê a integração das bacias da região do Seridó. 

Vamos também concluir a barragem de Tabatinga, em Macaíba, que vai acabar com o velho drama das enchentes naquele município.

No turismo, consolidaremos os pólos Costa Branca, do Seridó e da Região Serrrana,  em mais uma etapa do processo de interiorização dessa atividade, que vem crescendo e recebendo todo o incentivo do nosso governo. Além disso, já garanti aos empresários do setor uma permanente ação de marketing e divulgação do Estado, em parceria com a iniciativa privada.

Na saúde vamos avançar no programa de construção das policlínicas regionais, deixando em cada região um equipamento de saúde publica com todas as condições de atendem bem a população e diminuir o grave problema da superlotação no hospital Walfredo Gurgel. Vamos também construir os hospitais da mulher em Natal e Mossoró, além de um centro  de trauma-ortopedia, antiga reivindicação do povo e dos profissionais de saúde;

Construiremos o terminal pesqueiro de Natal, que juntamente com a ampliação do porto, incentivará o aumento da nossa produção e o escoamento para os mercados compradores, fazendo com que nossas exportações cresçam ainda mais.

Vamos implantar o distrito industrial do Agreste, deixando naquela importante região a marca do progresso e da geração de empregos.

Com o apoio da iniciativa privada, aumentaremos em 15 mil o número de jovens no programa primeira chance, garantindo uma oportunidade no mercado de trabalho à juventude;

Vamos construir ou reformar mais 40 mil casas populares, garantindo dignidade e cidadania para mais de 120 mil pessoas e reduzindo o déficit habitacional ainda existente em nosso estado; 

Ainda na área social, vamos ampliar, durante o nosso governo e e em parceria com o Governo Federal, o Programa Bolsa-Família e outros que promovam a inclusão e a justiça social.

Esses e muitos outros projetos serão realizados com os recursos do Governo do Estado e a decisiva parceria do Governo do Presidente Lula, que já me  assegurou o apoio fundamental para duas obras da maior importância para o progresso do Rio Grande do Norte: a conclusão do pólo-gás químico e o aeroporto de São Gonçalo, que será o maior terminal de cargas da América Latina. Além disso, o Presidente assumiu o compromisso de reforçar os investimentos da Petrobrás em nosso estado.

Para integrar ainda mais as cidades que formam o grande Natal, vamos construir a via metropolitana, uma ligação entre as principais cidades do entorno de Natal, que, junto com outras intervenções no transporte de massa da região facilitarão  a vida de todos os que vivem e trabalham aqui. Isso sem contar com o gigantesco investimento que já estamos fazendo na capital com o programa Pró-transporte, que recebe recursos do Governo do Estado da ordem de 64 milhões de reais e vai melhorar as condições de tráfego de pessoas e veículos por grande área da cidade;

Como professora, uma palavra especial aos educadores, pais e alunos do meu Estado: Construí e reformei escolas, mas, sobretudo e num ato de extrema coragem, realizei o sonho de vê-las transformadas em verdadeiras escolas de democracia. Implantei a gestão democrática, realizando eleições diretas para a escolha de diretores, onde os professores, funcionários, pais e alunos votam e constroem uma educação mais livre e transparente, com a gestão compartilhada e sem os vícios autoritários da dominação de uns sobre os outros, modelo que a sociedade moderna vem derrotando nas urnas.  

E digo com absoluta convicção: lutarei, a cada dia do meu mandato, para melhorar a educação pública no Rio Grande do Norte. Vamos construir novas escolas, melhorar as que ainda estão precisando de reforma ou ampliação, continuar valorizando os professores, a exemplo do que já fizemos no primeiro governo com o plano de cargos e salários do magistério, garantir o fardamento escolar a todos os alunos da rede estadual. Sem esquecer do forte investimento no ensino técnico-profissionalizante. Mas o grande desafio a ser vencido será  eliminar, de uma vez por todas em nosso Estado, a vergonha do analfabetismo. Já fizemos muito nessa área, mas a nossa meta e o nosso compromisso é o analfabetismo zero;

Estamos concluindo a Ponte de Todos Newton Navarro. E afirmo: não é apenas uma ponte, um equipamento que leva carros e pessoas de um ponto a outro da cidade. Essa obra gigantesca, a mais bonita obra já feita em Natal depois da beleza colonial da Fortaleza dos Reis Magos, a estrela de pedra e cal a guiar os nossos passos, é o novo marco do desenvolvimento turístico. Um desafio que muitos não acreditaram,  outros trabalharam contra. Mas se ergue e se completa a cada minuto, impondo a sua silhueta e a sua beleza, um orgulho que é de todos os natalenses e norte-rio-grandenses. Como tenho pena dos que, pobres de espírito, não a enxergam e não sentem o orgulho de um povo diante de um símbolo porque a nova ponte nos transportará para o futuro. 

Seremos como sempre fomos: um governo declaradamente comprometido com os que mais precisam. Mas um governo moderno,  voltado para fazer da riqueza da terra a grande força do seu desenvolvimento. O ciclo dos grandes desafios sociais ainda não encerrou, mas já é possível governar sem a angústia de ver o Povo com fome e desamparado.

 Nesta hora solene quero agradecer a todos que lutaram ao meu lado para essa grande vitória que é do Povo. Ao Presidente Lula, que esteve ao nosso lado e em quem deposito total confiança nos avanços que o Brasil necessita. Quero agradecer o voto de cada cidadã e cada cidadão; ao vice-governador, Iberê Ferreira de Souza; ao senador Fernando Bezerra, que lutou em todas as horas; aos deputados federais e estaduais do meu partido e de todos os partidos aliados; aos meus secretários e assessores, todos vigilantes para que o Povo pudesse ter consagrada a vitória que construiu nas ruas e nas urnas da maior campanha política dos últimos tempos.  

Quero agradecer à minha família pelo conforto e a confiança em todas as horas da luta. E, certamente,  teria sido muito mais difícil sem o apoio da minha mãe, me dando coragem com o silêncio humilde de suas orações. A sua imagem simples, a pureza singela dos seus olhos, o conforto inigualável das suas palavras, a sua doce ternura, estão comigo onde estiver e jamais deixarão de ser  um estímulo especial para  continuar lutando.

É com emoção genuína que agradeço aos meus filhos e netos pela compreensão e pelo sacrifício da ausência. A todos eles, o meu orgulho por saber que têm a consciência legítima de que minha luta é em favor de todas as famílias do Rio Grande do Norte.

Agradeço aos militantes, anônimos ou não, que rasgaram estradas, enfrentaram sol, chuva e madrugadas, buscaram no idealismo e no nosso exemplo a gota de dedicação suficiente para construir uma vitória retumbante. Homenageio todos eles na figura inesquecível, dedicada e exemplar de Ellen Lucy, que perdeu sua vida levando ao povo nossa mensagem.

Quero dar uma palavra especial a Natal, minha cidade guerreira que trago na própria alma: só eu sabia que você não iria faltar. Os que tentaram saber por que lutamos juntas há tanto tempo, por mais que perguntassem, jamais conseguiram traduzir os seus gestos, seu silêncio, seu riso, seu olhar. Para conhecê-la de verdade é preciso amá-la, pois, para merecê-la, antes é necessário saber conquistar o seu amor. 

Quero  registrar o meu agradecimento aos 824.101 mil eleitores que acreditaram nas nossas propostas e depositaram nas urnas o voto livre e destemido para que nascesse esse novo tempo de paz e desenvolvimento para todos, que hoje se inicia.

De coração aberto, estendo as minhas mãos a todos. Desejo  a  concórdia porque a disputa eleitoral já passou. A classe política do Rio Grande do Norte tem a rara oportunidade de se mostrar madura e desarmada. Assim estou, porque se o tempo é de avançar, para crescer é preciso demonstrar grandeza de espírito. Vamos esquecer as divergências e valorizar as convergências, nos momentos em que o interesse do Estado estiver em jogo.

Governar, para mim,  é um gesto de amor à nossa terra.

Viva o Rio Grande do Norte de todos!

Muito obrigada.

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