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Xarias e canguleiros

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O primeiro e-mail que me “bate à porta” é de um abecedista. Disse que esteve lendo alguma coisa sobre a história da fundação de ABC e América, ficou curioso e gostaria que a coluna publicasse algumas linhas. Veja, caro leitor Carlos Spinola. De repente, veio-me a ideia de fazer como o saudoso João Machado, quando no seu “curruchiado” na antiga Rádio Cabugi ia citar alguns números, dava o famoso toque escrachado: “Lápis e papel na mão, cambada!”. Desde quando o ABC foi fundado, a 29 de junho de 1915, que um grupo de rapazes do bairro vizinho cuidou logo de fundar também o seu clube. E aí surgiu de repente o América, com data oficial de 14 de julho, praticamente duas semanas depois do ABC.  O alvinegro foi fundado e teve sua primeira sede na av. Rio Branco, fundos do teatro Carlos Gomes, depois mudado para Alberto Maranhão, um ex-governador potiguar muito amigo das artes.

Xarias (2)

Como a primeira sede ficava muito próximo das Rocas, seus adeptos receberam a alcunha de canguleiros, enquanto os americanos, grupo de rapazes da cidade alta, ficou conhecido como os xarias. Cangulo era uma espécie de peixe do rio Potengi, segundo o mestre Aurélio, um peixe  pequeno, mas venenoso em determinada fase do ano. No começo, xarias e canguleiros não se misturavam, pois saía briga. Não precisa dizer que a rivalidade permanece acesa, até hoje.

Xarias (3)

Com o tempo, os dois grupos foram se aproximando, até porque começaram a surgir adversários numa mesma família e em uma mesma casa. O que se vê, no decorrer dos anos, é que não basta só torcer pelo seu clube, como também pela derrota do rival. Nestes dois últimos finais de semana, por exemplo, o América foi à Campina e derrotou o Treze, enquanto o ABC perdia para o River, no Frasqueirão. Ótimo para os americanos, chateação para os abecedistas. O troco não demorou: o ABC derrotou o Botafogo, o América perdeu para o Treze, em casa.

Sugestão de leitor

Quem nesta província não conhece o abecedista José Gomes, ex-conselheiro do ABC, diretor durante perto de 20 anos. É um estudioso do futebol potiguar. Ele sugere que um grupo forte vá à governadora Rosalba e sugira a utilização de um terreno do Estado, de 43 hectares, localizado na av. Omar O’Grady, entre Candelária e Cidade Nova, prolongamento da Prudente de Morais?! Além da grande economia de dinheiro, poupava o estádio “JM” de uma implosão.

Sugestão (2)

Para Gomes – e para quem tem bom senso -, durante a construção da Arena (além do tempo gasto com a demolição) o futebol da capital viverá exclusivamente do “Frasqueirão”, que é um estádio particular. A atual direção alvinegra é muito “intocável” quando o assunto é ceder seu estádio. Grande parte da torcida, também. Seria evitada a onerosa demolição, o ABC ficaria com o “Frasqueirão” só pra seu seus jogos e o RN não assistiria seu “poema de concreto” virar pó.

Terminologia

O futebol brasileiro é campeoníssimo mundial na ampliação do linguajar do futebol. De tempos em tempos vão surgindo novidades. Depois do “chinelinho” (jogador que só vive na enfermaria do clube).

Terminologia (2)

Agora surgiu o jogador DVD (aquele que é através dos vídeos que são exibidos, mas na hora de jogar é um fracasso). Por último, o lateral “isopor”, ou seja, não vai à linha de fundo, não cruza a bola para os atacantes, nem chuta a gol).

Perna de pau

“Há coisas que só acontecem ao Botafogo/RJ”,  sempre disseram os botafoguenses, nas horas de alguma derrota imerecida. Domingo, o feitiço virou contra o feiticeiro, a azarada foi a Cabofriense, goleada por 5×0. Seu zagueiro – Goeber, achou de fazer dois gols contra. Esse Goeber é flórida.

Terceiro

Os coleguinhas do “Novo Jornal” noticiaram a presença do garoto potiguar Pedro Henrique, na  escolinha do Santos/SP, uma espécie de categoria sub-14. Se tiver a sorte de firmar-se na Vila Belmiro, será o terceiro norte-rio-grandense a vestir a jaqueta branca do “Tubarão”. Trata-se de um clube famoso por revelar grandes craques, a partir de Pelé. De lá saíram Coutinho, Pepe, Clodoaldo, Zito, Del Vechio, Toninho Guerreiro, Dorval, Edu, Robinho, Neymar.

Terceiro (2)

O primeiro norte-riograndense a ser titular do Santos/SP foi no começo dos anos 50 – mais claramente, 1951, tendo antes atuado  no São Cristóvão/RJ e Fluminense. Seu nome é Mário Roberto de Assis, nascido  no Seridó, ganhou o estranho apelido de “Cento e Nove”. Um dos times santistas, em 1953 com ele foi este: Manga, Nenê, Formiga, Helves e Expedito, Alemão, Goes e Pascoal, Cento e Nove, Nicácio e Tite. O outro  norte-rio-grandense foi o atacante Reinaldo, ex-América/RN e ABC, jogou no Fla em 83,  no  Santos e Inter/RS. Surgiu na seleção de Parnamirim, no Matutão/RN.

Agora, a largada A FNF está a todo vapor. Foi dada a largada da semana da 1ª rodada do Estadual. É o 3º Estadual na administração de José Vanildo, a cada ano com uma cara nova, evidentemente que muito mais organizado do que nos anos anteriores.

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