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Zona Norte concentra 52% dos casos de arboviroses

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A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou, nesta terça-feira (10), a situação epidemiológica de Natal em 2018, trazendo a quantidade de casos de arboviroses registrados até a 23ª semana. Um total de 56% dos 7.515 casos de arboviroses na capital potiguar se concentram na Zona Norte da capital potiguar.

Natal tem um sistema de monitoramento para identificação de áreas de risco que é reconhecido internacionalmente, o Vigiadengue

Natal tem um sistema de monitoramento para identificação de áreas de
risco que é reconhecido internacionalmente, o Vigiadengue

Dentre os casos de arboviroses registrados, 258 foram casos de chikungunya, 6.321 de dengue e 122 casos para zika. Os Distritos Sanitários  Distribuindo por faixa etária, o grupo entre 20 e 39 anos é o mais atingido (32% dos casos), seguido pelas pessoas entre 10 e 19 anos (23%).

Natal conta com um sistema de monitoramento de dengue que é reconhecido internacionalmente. O Vigiadengue tem como finalidade a identificação de áreas de maior risco para que a ação de combate seja desenvolvida rapidamente. A cidade conta com mais de 400 ovitrampas (espécies de armadilhas) espalhadas a cada 300 metros. Elas são as responsáveis por armazenar os ovos dos vetores, que são utilizados para medir o Índice de Densidade de Ovos (IDO).

A Secretaria Municipal de Saúde atualmente também aplica outro método pioneiro de combate às arboviroses: as Estações Disseminadoras de Larvicida. Já bem-sucedida em outras localidades da América do Sul, a implementação desta estratégia no município de Natal faz parte de um projeto em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.

Em meio a uma epidemia de arboviroses, a encefalite viral, uma inflamação no cérebro causada por vírus e que afeta principalmente crianças pequenas, idosos ou pessoas imunodeprimidas, passa a ser uma preocupação para os profissionais da saúde do Rio Grande do Norte. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira (9) pela Secretaria do Estado de Saúde Pública (Sesap), 90,42% dos municípios do Estado apresentam índice de infestação para arboviroses classificado como de alerta ou de risco. Com o aumento do risco de arboviroses cresce, consequentemente, o risco de encefalite viral, que pode se manifestar ou não naqueles que forem infectados pelos vírus.

Em Natal, há um óbito de bebê por suspeita de encefalite sendo investigada, o que deve ser confirmado ou não nos próximos dias com a conclusão da autópsia. Além desse caso, há outros que estão sob suspeita nos hospitais. A encefalite viral se trata de uma inflamação no sistema nervoso central. Ela pode ser causada por qualquer vírus, e não apenas os vírus da dengue, Zika ou Chikungunya.

O mais comum, no entanto, de acordo com o médico infectologista André Prudente, é que ela apareça através do vírus da Herpes. “A encefalite viral pode ser causada por qualquer vírus. O tratamento costuma ser principalmente de suporte, como fazemos com a dengue, com hidratação e acompanhamento do quadro do paciente”, explica o médico.

Os sintomas da encefalite são, principalmente, a febre, dores de cabeça fortes e o rebaixamento do nível de consciência. Em adultos, são coisas mais fáceis de ser identificadas mas, principalmente para bebês, ela pode apresentar um risco pela sua dificuldade de detecção. Apesar de não ser a regra, a encefalite pode deixar sequelas motoras, na fala e na parte cognitiva daqueles que a tiverem em um estado mais avançado. “Essa, no entanto, não é a regra. Não tem como dizer que todas as pessoas que tiveram dengue terão encefalite, porque é algo que pode se manifestar ou não em alguém. Assim como a gravidade dessa própria encefalite não pode ser prevista”, explica o infectologista.

De acordo com o Boletim da Sesap, desde o início de 2018 foram notificados 12.415 casos suspeitos de dengue no Rio Grande do Norte. Desses, 4.526 casos foram confirmados (36,4%). No mesmo período do ano passado, do total de 4.092 casos suspeitos, 879 (17,28%) foram confirmados. Em relação a Chikungunya, foram notificados 1.217 casos suspeitos, dos quais 98 foram confirmados. O número é inferior ao do ano passado, quando foram notificados 1.035 casos suspeitos, com 349 confirmações. Já a Zika teve 250 casos notificados como suspeitos, dos quais 24 foram confirmados este ano no Estado.

“A recomendação que podemos dar para as pessoas não é em relação a prevenção da encefalite, porque isso não existe propriamente. Mas em relação à prevenção às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Não deixar água parada, principalmente nesse período de chuvas, é o principal conselho para evitar a propagação do mosquito e, consequentemente, do vírus”, afirma André Prudente.

De acordo com a própria Sesap, os óbitos notificados por dengue, zika e chikungunya são na sua maioria evitáveis, tornando-se um indicador sensível da qualidade da assistência. Nos anos de 2016, 2017 e 2018, foram notificados 208, 24 e 12 óbitos, respectivamente, causados pelas doenças. Isso representou uma redução de 50% das notificações de mortes quando comparamos os anos de 2017 e 2018. Dos 12 óbitos notificados por arboviroses neste ano, apenas 1 por dengue foi confirmado. Os demais se encontram em processo de investigação.

Número
400 ovitrampas (espécies de armadilhas) estão espalhadas em Natal para medir o Índice de Densidade de Ovos do Aedes Aegypti.

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