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Zorro 50 anos em cores

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Alex Medeiros
Na virada de 1969 para 1970, as altas notas nas provas finais que garantiram minha ascensão escolar deixaram meu pai feliz, levando-o a fazer algo não muito peculiar: prometer prêmio. Afagou minha cabeça e avisou que faria uma surpresa. Na minha inocência, abdiquei de indicar meu desejo e preferi apelar para forças superiores, escrevendo nas costas da elogiada prova um bilhetinho pra deus que trinta anos depois reproduzi no livro “De Mocinhos e Super-Heróis”.
Já era um viciado nas revistinhas da Ebal e estava curiosíssimo com a propaganda da chegada da edição colorida do Zorro, com lançamento previsto para o mês de fevereiro de 1970. Não sei se meu ansioso rabisco sensibilizou alguém em algum lugar do infinito, ou se foi obra da minha mãe ou meu irmão revelando minha escolha para o presente que papai prometera. Antes dos tambores de Momo rufarem nas ruas das Quintas, ganhei a revistinha nº 1.
Portanto, fez 50 anos neste 2020 daquele lançamento; as aventuras do pistoleiro mascarado e seu amigo apache em quadrinhos coloridos, chegando nas bancas após dezesseis anos de circulação da edição da Ebal em preto e branco.
O Zorro começou a ser publicado no Brasil em 1954, por coincidência o ano em que se encerrou nos EUA a transmissão do seriado radiofônico que deu origem ao personagem, levado ao ar desde 1933 na rádio WXYZ, em Detroit, Michigan.
Surgiu de uma ideia do dono da emissora, George W. Trendle, e teve o roteiro construído por Fran Striker, o cara que inventou as balas de prata e o amigo índio. Foi inspirado no cowboy Tom Mix e na imagem de um ranger do Texas.
Diferente da maioria dos heróis de HQ, que saltaram das páginas para a TV e cinema, Zorro, ou Cavaleiro Solitário, fez o caminho inverso, explodindo no rádio e indo parar nas tirinhas dos jornais diários, com estreia em setembro de 1938.
O seriado de rádio é provavelmente o mais longevo da história, tendo sido registrados 2.956 episódios entre 1933 e 1954. Só é superado pelo fenômeno inglês da BBC TV, Dr. Who, que continua em exibição desde o ano de 1963.
O nome original do mocinho mascarado é Lone Ranger, um cavaleiro solitário que escapou de um massacre que matou cinco agentes, entre eles seu irmão. O índio Tonto sepultou todos e fez uma sexta cova, cuidando do sobrevivente.
Quando a revista do Zorro foi lançada no Brasil em 1954, muitos adeptos do faroeste já conheciam o personagem pelo seriado na TV, criado em 1949 pela ABC, o canal que surgiu exatamente a partir da velha rádio WXYZ de Detroit.
O dono da Ebal preferiu não usar o nome Cavaleiro Solitário e optou pelo título do personagem criado em 1919, também mascarado e com capa e espada, mas que não tinha revista própria por aqui, limitado a miolos de outras publicações.
O Zorro se tornou um dos personagens de HQ com maior periodicidade no mercado brasileiro, ao lado do Superman, Batman, Fantasma e Tarzan, todos circulando até hoje desde os primórdios dos quadrinhos em formato americano.
Mantenho uma coleção de algumas dezenas daquelas edições da Ebal nas décadas de 60 e 70, e também a edição nº 1 de outubro de 1984, quando houve uma pausa na editora e ela voltou de novo colorida, como aquela de 1970.
Quando eu estava prestes a fazer 15 anos e a rebeldia do rock já se instalara na mente e nas vestes, tive o auxílio luxuoso do Zorro para convencer amigos a curtirem Raul Seixas, a sensação da época. Para que alguns colegas aceitassem o roqueiro baiano, pedi que ouvissem a canção “Super-Heróis”, do LP Gita. No grand finale, Raulzito dava o grito do Zorro: “Aiô, Silver”. Fim.
Trapalhada
Alguém instale um medidor de prumo no governo, hoje tão perdido como bandidos diante das balas de prata do Zorro. O puxa-encolhe na reabertura do comércio é porque a tal empresa contratada não entrega em dia os leitos.
Prevenção
Talvez não seja a primeira do País, mas Natal estar entre as três cidades com o maior volume de consumo de Ivermectina. É todo mundo tomando e os índices de contágio da cidade seguem bem abaixo das outras capitais.
Soy contra
A militância de esquerda e midiática está com a cuca fundida diante dos atos e gestos do presidente Bolsonaro. Três meses atrás, ninguém acreditava nos seus testes negativos de Covid-19, agora não acredita nos testes positivos.
Quem diria?
O prefeito de Campo Grande (MS), Marcos Trad, que é irmão do senador Nelsinho Trad e primo do deputado federal Henrique Mandetta, solicitou com urgência a Jair Bolsonaro o envio de hidroxicloroquina para a sua cidade.
Cloroquina
Durante uma live no último fim de semana, o cantor sertanejo Marrone, que faz dupla com Bruno, declarou para os fãs que foi infectado por coronavírus e que se curou seguindo o protocolo de médicos que prescreveram cloroquina.
Protestos
Com a volta das atividades esportivas, atletas de várias modalidades se ajoelham e cerram punhos em apoio ao movimento Antifas. Mas outros não o fazem, por causa de George Floyd ter ameaçado atirar na barriga de uma grávida.
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