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Natal ganhará moderna estrutura de comunicação

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Dentre as exigências que as cidades-sedes da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 devem cumprir, baseadas no Caderno de Encargos da Federação Internacional de Futebol (FIFA), estão as relacionadas à disponibilização de uma moderna infraestrutura de comunicação. Os equipamentos, que deverão ser prioritariamente de última geração, subsidiarão a transmissão dos jogos de futebol para um público estimado em mais de 2 bilhões de telespectadores ao redor do globo.
Gleydson destaca importância de um serviço melhor de internet
  Uma das principais cobranças da FIFA no que diz respeito à qualidade do material que será enviado para emissoras de televisão de centenas de países através da internet, é a disponibilização de uma rede de fibra ótica com tecnologia wireless (sem fio) de quarta geração (4G). Além da velocidade, qualidade e estabilidade da conexão, a FIFA preza pela não-interrupção do sinal da internet em nenhum momento do período que compreende o pré-jogo, com a chegada das torcidas, seleções e equipe técnica ao estádio, a transmissão da partida e os momentos posteriores, quando jogadores e equipe técnica dos times geralmente concedem entrevistas e os torcedores se dirigem aos locais de “Fan Fest”.

  De acordo com o coordenador do provedor acadêmico GigaNatal e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Sérgio Vianna Fialho, a capital do Rio Grande do Norte é a primeira cidade do Nordeste a dispor de uma linha de fibra ótica pública com aproximadamente 50 quilômetros de extensão. A rede, batizada de GigaNatal, conecta instituições de ensino e pesquisa – públicas e privadas – à internet. Há quatro anos, quando o cabeamento de fibra ótica foi instalado, o projeto custou aproximadamente R$ 1,5 milhão. A manutenção atual do sistema é mantido pelas empresas que dispõem de pontos de internet interligados ao provedor baseado na UFRN. Elas pagam uma espécie de mensalidade, que é revertida em benefícios e manutenção do sistema.

 “Natal está mais adiantada em relação à estrutura de cabeamento de fibra ótica do que cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Seria de bom senso utilizar a estrutura disponível pois a rede além de estar pronta, é pública. Entretanto, ainda não fomos consultados pelos órgãos organizadores da Copa do Mundo de 2014 sobre esta possibilidade”, esclareceu o professor Fialho.

 Ele disse, ainda, que a fiação disponível passa nos arredores do futuro estádio Arena das Dunas, no entorno do Centro Administrativo Estadual, onde estão instaladas algumas redes de televisão e, ao longo de toda a Via Costeira, onde estão situados os maiores hotéis da capital. Com a disponibilização desta infraestrutura à organização do Mundial, seria necessária, apenas, a implementação de novos pontos de acesso nos locais a serem determinados pelos organizadores.

Questionado sobre o custo da implantação de uma rede exclusiva, independente da GigaNatal, o professor disse que não é possível mensurar superficialmente. Além disso, o projeto para delimitar as áreas pelas quais os cabos de fibra ótica passariam poderiam demandar mais de seis meses. “Eu acho temerário construir uma rede metropolitana. Só o projeto básico duraria, no mínimo, seis meses”, alertou Sérgio Vianna Fialho. Conforme comentou, caso a rede GigaNatal fosse utilizada durante a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, “seria necessário apenas identificar os pontos a serem interligados”. Para isto, ele garantiu que o investimento não seria tão elevado quanto a construção de uma nova rede.

 De acordo com informações do Ministério das Comunicações, o objetivo é que até 40 milhões de residências estejam conectados à internet banda larga até 2014. O Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) é uma iniciativa do Governo Federal que tem o objetivo de massificar a oferta de acessos banda larga à rede mundial de computadores. O programa foi criado oficialmente pelo decreto nº 7.175 no dia 12 de maio de 2010. A Telebras, antiga sociedade de investimentos de capitais que administrava as empresas estatais de telefonia brasileiras, foi reestruturada e reativada pelo Governo federal para se tornar a operadora da rede pública nacional que será usada pelo PNBL.

O Governo Federal e o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, ainda não sinalizaram quanto será investido, nem a origem dos recursos que serão destinados à estruturação dos equipamentos de comunicação em cada cidade-sede. Especialistas no assunto acreditam que a Telebras irá terceirizar os serviços de conexão à internet banda larga de empresas de telefonia privadas, que dispõem de cabeamento de fibra ótica, para disponibilizar a estrutura às empresas responsáveis pela transmissão dos jogos. Entretanto, até agora, o projeto da Telebras relacionado ao Mundial de 2014 ainda não foi divulgado.

Determinações

Exigências da Fifa para facilitar o trabalho da imprensa

Estacionamento

Deverá existir uma entrada exclusiva para as equipes e profissionais de comunicação, com uma sala de imprensa com dimensões máximas de 30 metros quadrados. Aos fotógrafos e cinegrafistas, a FIFA recomenda tratamento diferenciado, com facilidade no acesso, por eles portarem equipamentos pesados. As equipes de comunicação que irão fazer a cobertura da final da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 deverão estacionar seus caminhões numa área que deverá ter entre três e cinco mil metros quadrados. O estacionamento deverá ser vizinho ao estádio, ter segurança reforçada e sistema de geração de energia independente.

Os veículos de transmissão via satélite deverão ser estacionados numa área reservada. O espaço deverá ser a céu aberto, ao lado dos caminhões de transmissão e alimentados pelo mesmo sistema de geração de energia dos demais.

Cabine de Imprensa

A área para a localização das cabines de imprensa deve ter localização privilegiada. Ou seja, no centro do estádio. Cada estação deverá ter uma mesa com, tomadas de energia e conexão de modem e telefone. Na área das cabines deverá ser posicionada uma televisão para cada oito estações. Os jogos que atraírem um maior número de jornalistas devem ter múltiplas instalações telefônicas, tomadas de energia e conexão rápida e sem interrupções à internet sem fio. Além da internet de quarta geração, os estádios devem ser equipados com tecnologia digital de última geração. Será dada prioridade aos equipamentos sem fio.

Cabines de Rádio e Televisão

Assim como as cabines de imprensa, deverão ter localização privilegiada. A diferença, porém, é que devem ficar localizados numa área preferencialmente aberta, numa cobertura e não em local fechado. Os organizadores tem que isolar uma estação da outra acusticamente, para que não ocorram interferências nas transmissões. Em cada cabine deve haver disponível um telefone, duas tomadas de energia e uma televisão. Para o jogo da final da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, a regra é que 50 cabines estejam disponíveis com espaço para três pessoas cada uma delas.

Estúdios de Televisão

Em partidas importantes, deverão existir, no mínimo, três estúdios de televisão com aproximadamente 25 metros quadrados cada. Eles deverão ficar posicionados em local próximo aos vestiários e de fácil acesso aos jogadores e técnicos. Em grandes jogos internacionais, deverão ser disponibilizados ao menos mais quatro estúdios com visão panorâmica do campo de futebol e gramado.

Centro de Mídia

A capacidade do Centro de Mídia deverá ser baseada na da tribuna da imprensa. Para um jogo com 600 lugares na tribuna, por exemplo, deverá haver 200 lugares no Centro de Mídia. Neste setor, deve ser instalada a área para entrevistas coletivas de imprensa.

Sala de Coletiva de Imprensa

A sala deverá ter uma área mínima de 100 metros quadrados, com aproximadamente 100 assentos, estar equipada com sistema de som eficiente e espaço para pelo menos dez “Television Electronic News Gathering” (ENG), que são equipamentos utilizados pelas emissoras de televisão para telejornalismo. A sala deverá estar próxima aos vestiários e ter o formato de um teatro com dimensões menores. Em eventos de grande porte, deverão existir três cabines para interpretação/tradução simultânea.

Zona Mista

Consiste numa área entre os vestiários e a saída dos jogadores para entrevistas com os repórteres e demais profissionais da imprensa. Deverá haver espaço disponível para aproximadamente 250 profissionais de comunicação. Em grandes jogos, o espaço deverá ser separado do Centro de Mídia. Para melhores condições de trabalho, deverá ser disponibilizado 2,5 metros quadrados para cada jornalista.

Flash Interview Positions

É o espaço entre o vestiário e o campo de futebol para transmissão de entrevistas ao vivo nos intervalos e após as partidas. O ideal é que o ambiente esteja conectado ao túnel de acesso dos vestiários ao gramado.

Bate-papo

Gleydson de Azevedo Ferreira Lima » diretor de sistemas de informatização da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Além da infraestrutura de comunicação e internet banda larga, os telespectadores poderão acompanhar outras partidas de futebol e realizar consultas aos resultados através do download de aplicativos em tablets e celulares com tecnologia 4G (quarta geração). Que aplicativos são estes?

 Durante um evento festivo como a Copa do Mundo teremos a utilização de diversos aplicativos que demandarão uma boa conexão de internet. Por exemplo: as já populares redes sociais como Facebook e Twitter, em que os espectadores irão postar mensagens,  fotos e  vídeos, postar vídeos no YouTube, acompanhar online o andamento de outros jogos e visualizar os vídeos em HD (High-Definition) com os lances, comunicar-se via videoconferência por aplicativos como Skype e Facetime com amigos e familiares em outros países, dentre inúmeras outras possibilidades.

Os novos aplicativos serão desenvolvidos em nível local ou serão encaminhados à organização do Mundial por algum órgão ligado à Fifa?

 Boa parte destas possibilidades já existem. Mas, ainda em crescente popularização no Brasil. Durante os jogos, teremos a forte presença de estrangeiros e do público europeu, acostumados com redes de maiores velocidades. Por isso, a importância de oferecer um serviço de qualidade. Com relação ao desenvolvimento de novos aplicativos, podemos dividir em duas categorias: do Governo (Federal, Estadual e Municipal) e da sociedade (empresas privadas). Com relação ao Governo, há um esforço da Infraero de lançar o aplicativo “Voos Online” em outras línguas, para que o Turista possa ter informações sobre os voos no seu país e na sua língua. Também há iniciativas por parte da Embratur para o desenvolvimento de aplicativos voltados para o turista na Copa de 2014 nas cidades-sedes. Porém, não é preciso esperar o Governo. A maioria dos aplicativos para tablets e smartphones nascem de boas ideias de alguns programadores ou empresas (privadas).  As empresas e os analistas de tecnologia da informação locais devem ficar atentos às oportunidades que a Copa pode trazer para popularizar um aplicativo inovador neste foco.

Como será o processo de download destes aplicativos? Gratuito ou pago e como fazê-lo?

No caso dos aplicativos do Governo, em via de regra, eles são gratuitos. A tendência é que se mantenha desta forma. Já os aplicativos criados pela sociedade há os gratuitos, pagos e também a solução mista. Ou seja, aquele aplicativo que disponibiliza algumas funcionalidades gratuitamente mas que se você quiser usar os recursos avançados é preciso comprá-lo. Acredito que durante a Copa, a maioria dos aplicativos será gratuita,  assim como os que já são desenvolvidos para os campeonatos de futebol nacional.

Qual será a estrutura necessária para que os aplicativos funcionem bem e atendam à demanda dos telespectadores em todos dos países do mundo nos dias dos jogos?

É aí que entra a grande importância da infraestrutura de acesso à internet.   Dentro do estádio, a maioria dos espectadores deverá acessar por redes 4G (lembrando que o Governo promete estar funcionando a internet de quarta geração na Copa) ou 3G para aqueles que não tiverem aparelhos 4G (quarta geração). Neste caso, a operadora deverá ter um bom plano para atender aquela área com antenas suficientes que evitem a sobrecarga da rede devido à concentração de pontos de acesso. Podemos ter até 40 mil aparelhos com aplicações que demandem o uso da internet em um período de algumas horas. Isso exige um bom planejamento para evitar paradas do serviço. Uma outra alternativa seria a disponibilidade de pontos de acesso de redes wireless (sem fio) dentro do estádio. Mas, para isto, é preciso consultar junto ao Governo (do Estado) se há essa previsão no projeto do Estádio Arena das Dunas.  Esta seria uma alternativa de acesso, pois é quase regra os dispositivos hoje terem acesso às redes sem fio.

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