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Seminário debate mobilidade urbana

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O progressivo aumento da frota de veículos particulares, combinado com outros fatores como o baixo investimento em transporte coletivo no Brasil, tornou a gestão do sistema de mobilidade e transporte fundamental nas cidades brasileiras. Antes “privilégio” das grandes cidades, os engarrafamentos passaram a ser rotina em cidades de médio porte, como Natal. Por conta de todo esse contexto, resolver os problemas de trânsito e mobilidade passou a ser um desafio para qualquer gestor no Brasil.
Seminários do projeto Motores do Desenvolvimento discute, desde 2008, temas relacionados ao futuro do Rio Grande do Norte
O Projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, realizado pela TRIBUNA DO NORTE, Sistema FECOMERCIO/RN, Sistema FIERN, UFRN e GOVERNO DO ESTADO do RN, com apoio do BNDES e patrocínio da Assembleia Legislativa do Estado do RN, Ale e Seturn, terá como tema TRANSPORTES E MOBILIDADE URBANA. O Seminário, 3ª edição de 2012, será realizado no próximo dia 27 de agosto, segunda feira, no Serhs Natal Grand Hotel, Salão Bossa Nova, 1º piso, na Via Costeira, às 8h.

Este é o quinto ano do projeto Motores do Desenvolvimento e o tema Mobilidade e Transporte o 15º tema trabalhado desde o início, em 2008. Outras temáticas, como indústria, inovação e tecnologia, educação, turismo, já foram abordadas pelo Motores do Desenvolvimento. As inscrições são gratuitas e já estão abertas, porém as vagas são limitadas. Para se inscrever, é necessário ligar para os telefones 4006.6120 ou 4006.6121, durante o horário comercial.

É praticamente uma unanimidade entre os especialistas em trânsito e mobilidade que o investimento em transporte de massa deve ser priorizado, em detrimento dos gastos com a melhoria do tráfego de veículos particulares. Observe o seguinte cenário: com o avanço do padrão de vida do brasileiro, e a crescente ascensão de pessoas às classes C e B, o número de habitantes com veículos vai aumentar. Por outro lado, os gastos com a melhoria da estrutura e tamanho de ruas e avenidas costuma ser alto. O resultado disso é que a convivência com qualidade de vida numa cidade onde boa parte da população se desloca em veículos particulares simplesmente não é possível.

Segundo o professor da UFRN Enilson Medeiros, que é doutor em política de transportes, isso não significa que as pessoas devam parar de comprar seus automóveis. O carro é usado em países da Europa prioritariamente no final de semana. “Não faz sentido querer diminuir ou brecar as vendas de veículos, até porque se trata de um importante estímulo à economia. O que precisa ser feito é se criar um sistema de transporte público forte, consistente, e a partir disso as pessoas irão deixar de usar o veículo particular no cotidiano para usar unicamente nos finais de semana”, explica o professor Enilson Medeiros.

Em Natal, os investimentos em mobilidade estão centrados na melhoria das vias públicas, através das chamadas obras de mobilidade para a Copa do Mundo. A intenção é minimizar o impacto de alguns gargalos do trânsito da cidade, principalmente nos arredores do estádio Arena das Dunas e nos itinerários relativos à Copa do Mundo, como Aeroporto/Estádio e Rede hoteleira/estádio. Dentre as alternativas de transporte em massa, está o Veículo Leve sobre Trilhos da Região Metropolitana e algumas faixas exclusivas para ônibus dentro da cidade de Natal.

Para o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste, Eudo Laranjeiras, o poder público vem investindo pouco no setor. “Na realidade, está faltando muito. Falta infraestrutura, falta priorizar o transporte público. Os governos não vêm investindo quase nada”, aponta.

Nesse sentido, os principais prejudicados são os usuários dos serviços. “O ônibus disputa espaço com o automóvel e a viagem que poderia durar uma hora passa a demorar duas horas. Como não é uma prioridade, a qualidade cai. É isso o que acontece”, resume.

Bate-papo

Eudo Laranjeiras, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste

“Falta infraestrutura, falta priorizar o transporte público”

Como o senhor avalia os investimentos do poder público na área de transporte?

Na realidade, está faltando muito. Falta infraestrutura, falta priorizar o transporte público. Os governos não vêm investindo quase nada.

Quais as consequências disso para o usuário?

Como os governos não vêm investindo em vias expressas, rápidas, e não vêm priorizando o transporte coletivo, há a piora no serviço ofertado à população. O ônibus disputa espaço com o automóvel e a viagem que poderia durar uma hora passa a demorar duas horas. Como não é uma prioridade, a qualidade cai. É isso o que acontece.

E para as empresas? Há problemas financeiros? As empresas locais estão sendo adquiridas por grupos de fora?

Sim, as empresas, por conta da falta de investimento público e desorganização do setor, não têm capacidade de investimento. Então, você tem essas transferências e mais recente tivemos o caso da Riograndense, uma empresa de 60 anos, que teve de entregar linhas. Há uma fragilidade. As empresas estão em situação difícil.

O BRT (sistema de vias expressas e exclusivas para ônibus) é uma das alternativas para melhorar o transporte coletivo?

Sim, é o que está sendo usado no mundo todo. Na China há mais de 90 projetos de BRT. Isso pode ser feito de forma cara, com sistemas de informação, ou apenas seccionando parte da via, como acontece na avenida Rio Branco, em Natal, ou até mesmo a avenida Bernardo Vieira. Mas essa é a solução encontrada no mundo. O Rio de Janeiro, por exemplo, está adotando para se preparar para as Olimpíadas.

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