sábado, 20 de abril, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Transportes e segurança no primeiro debate

- Publicidade -

O primeiro debate foi mediado por Amaro Sales, presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e durou cerca de 30 minutos. As perguntas foram direcionadas à governadora Rosalba Ciarlini e ao diretor do escritório da Fifa no Brasil, Fúlvio Danilas. Os questionamentos não se restringiram ao tema-chave do seminário:  Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. A governadora, por exemplo, teve de responder que tipo de investimento o governo está fazendo na malha ferroviária – primeira pergunta do debate. Rosalba reconheceu a necessidade de reativar a antiga linha férrea que ligava Natal a Macau e de ampliar a malha até Mossoró, um dos principais centros de produção do Estado.
Rosalba, Amaro e Danilas: cronograma de obras e da mobilidade urbana em foco. Representante da Fifa evita julgar cidades-sedes e transmite mensagem otimista sobre a realização do mundial de 2014
A ideia, segundo ela, é ligar o RN aos outros Estados da região através da Transnordestina. Rosalba falou do interesse dos investidores pelo projeto e comentou a possibilidade de uma concessão ou uma parceria público-privada. Um estudo de viabilidade está sendo elaborado para isso. A governadora não esclareceu quando o estudo ficará pronto nem quanto a reativação da malha viária custará. “Além de uma ferrovia, precisamos de um porto competitivo”, acrescentou.

Um dos participantes questionou qual a sede mais atrasada e qual a maior preocupação da Fifa com a Copa no Brasil. Fulvio Danilas, diretor do escritório da Fifa no Brasil, preferiu “não julgar as cidades-sedes”. “Quero passar uma mensagem positiva”, disse, esquivando-se de qualquer pergunta polêmica. Para Fúlvio, não há preocupação. Há desafios. “E nós vamos encontrar as soluções juntos”, afirmou, referindo-se aos atores que participam diretamente da realização do Mundial no país.

Fulvio lembrou que o desafio não é apenas receber, acomodar e atender bem os turistas estrangeiros, mas também os turistas nacionais e os potiguares, que assistirão aos jogos. “Todas as sedes precisam estar preparadas. Estamos (Fifa) discutindo com os Estados uma forma de receber, acomodar e atender essas pessoas”, afirmou. Rosalba também foi questionada quanto a segurança durante o evento. “Criamos vários grupos de trabalho. Um deles é o da Segurança”.  Policiais militares, civis e bombeiros potiguares, segundo ela, estão se capacitando fora do país. Além disso, o governo vai ampliar o sistema de monitoramento eletrônico, instalando câmeras em outros pontos da cidade. “O investimento será alto”, afirmou a governadora, sem detalhar quanto será investido em Segurança.

Um outro participante questionou se o RN dispunha de uma Câmara Temática de Transparência do Comitê Organizador da Copa 2014, órgão que ajuda o Governo Federal na fiscalização das obras e investimentos previstos para evento da FIFA. Quem respondeu a pergunta foi Demétrio Torres, secretário Especial para Assuntos Relativos à Copa 2014 (Secopa), chamado pela governadora. Demétrio explicou que a Prefeitura criou um portal de transparência da Copa e que todas as informações estão disponíveis no site do governo. “Documento tem seis mil páginas. Quem tiver tempo e disponibilidade pode se divertir”, respondeu.

Mercado vai ampliar efeito multiplicador dos recursos

O Brasil será um dos países que mais se beneficiarão com a Copa do Mundo em todos os tempos, de acordo com Caio Megale, mestre em economia pela PUC-RJ e economista do Itau-Unibanco, que abriu o ciclo de palestras durante à tarde. Segundo Megale, a força do mercado interno brasileiro – que somará 150 milhões de consumidores em 2014, ampliará o efeito multiplicador dos recursos aplicados no país. A Copa deve render ao Brasil cerca de R$ 40 bilhões em infraestrutura. O montante pode chegar a  R$ 60 bilhões, dado o poder multiplicador do mercado consumidor brasileiro, observa o economista. “Nosso mercado é mais forte do que o dos outros países que sediaram a Copa”, compara. Em países como França e Alemanha, a força do mercado interno durante a realização do Mundial não ultrapassava 90 milhões de consumidores.

Além de multiplicar o efeito do capital aplicado, um evento como a Copa do Mundo, segundo Caio Megale, aumenta o fluxo de turistas, o consumo e as exportações – que costumam subir 30% após um evento como esse. A Copa também contribui para o crescimento do PIB – soma de todas as riquezas do país. O Nordeste, região que mais cresce no país, tem tudo para se destacar neste cenário. Na última Copa realizada no Brasil, na década de 50, apenas uma cidade nordestina foi eleita como sede. Desta vez, quatro cidades sediarão a Copa dentro da região. Um avanço, na ótica do economista.

O economista citou os legados da Copa: infraestrutura, geração de emprego, consumo e turismo e especificou o que ocorrerá em determinas áreas. Até 2014, cerca de 250 mil postos de trabalho permanentes deverão ser criados no país. Já o consumo sofrerá um incremento de R$ 10 bilhões até 2014. Mas o evento que gera oportunidades também traz uma série de desafios. É preciso estar preparado para aproveitar o momento e não perder o bonde. Investir em capacitação, infraestrutura e logística é fundamental, observa o economista. “O Brasil só não cresce mais por problemas de infraestrutura e logística”.

O Brasil, afirmou o economista, foi um dos países mais mal avaliados no quesito infraestrutura num levantamento realizado pelo Banco Mundial. As estradas brasileiras receberam nota 2,7 – numa escala até 7. A África do Sul, última sede, ficou acima da média, com nota 4,8.

Bate-papo

Ricardo Gomyde, diretor do Departamento de Futebol Profissional do Ministério do Esporte

Copa dará mais visibilidade ao Brasil

Qual a análise que o Ministério do Esporte faz da organização da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014?

A Copa é um evento da FIFA para o qual o Brasil se candidatou e foi o escolhido. O Brasil se candidatou porque tinha certeza que a Copa do Mundo era um evento que iria ajudar a estruturar a nossa mobilidade urbana, a nossa infraestrutura esportiva, o turismo no nosso país, a visibilidade internacional que a gente vai experimentar com esse evento vai ser absolutamente fantástico que por só vai deixar um grande legado. Vai marcar culturalmente a nossa geração. É um grande evento, é o maior evento do mundo e a gente foi se preparando a partir da escolha do país em 2007 e com a escolha das cidades em 2009 de maneira que 51 grandes obras de mobilidade, doze estádios, 35 intervenções em treze aeroportos nas doze cidades-sedes e mais o Aeroporto de Vira-Copos, em Campinas, e também terminais de passageiros em sete portos, vão dar condição de que a atividade econômica aconteça no Brasil com mais propriedade de que nossa população possa viver com mais qualidade de vida.

Do ponto de vista do serviço e de tantas áreas, nós iremos ter uma melhoria bastante grande, fazendo com que o nosso país seja visto em todo mundo de maneira positiva que já hoje é visto e a gente agregue a essas boas referências que o mundo já tem do nosso país como uma ideia de democracia estável, de desenvolvimento econômico, de país tolerante com relação às raças, credos, são as características e os atributos muito positivos deste país que cresce, se desenvolve e cada vez mais assume um papel de protagonista no cenário internacional.

Como os demais países do mundo analisarão o Brasil no pós-Copa?

Eu acho que muito positivamente. O Brasil é um país que vai encantar o mundo. A FIFA acha e tem dito isso reiteradamente que nós vamos realizar aqui a melhor de todas as Copas. E este o objetivo do Governo Federal, é este o objetivo dos Governos Estaduais e dos Governos Municipais das localidades onde teremos sedes, não é diferente aqui em Natal, e é também na nossa sociedade onde ninguém passa impune por um evento como este. Tenho certeza absoluta que todos vamos poder olhar para trás, depois de terminado a Copa, e vamos ficar muito orgulhosos daquilo que fizemos. Eu não tenho dúvidas de que aqueles turistas que aqui chegarem ou acompanharem a Copa do Mundo pelas televisões e nas mídias, as mais variadas que existam, vão se encantar com o nosso país. O Brasil já é um dos países que tem a visão mais positiva dentre todos os países. E, a partir de que, a gente mostre esse novo Brasil, esse país que avança economicamente, esse país que tem uma democracia estável, esse país tolerante. Eu não tenho dúvidas que o legado, primeiro do ponto de vista da imagem, depois do ponto de vista do turismo. Então não é só a infraestrutura, são as coisas que vão ficar aqui para o nosso país. Mas tem também os legados intangíveis que vão representar também, avanços importantes para o nosso país.

Por que o senhor afirma que a Copa do Mundo no Brasil em 2014 será a melhor de todas?

Porque o Brasil é o país do futebol. As seleções que aqui chegarem, aonde quer que elas fiquem, serão 31 mais a Seleção Brasileira, vão ser acolhidas pelo nosso povo. Evidentemente que a Seleção Brasileira, seria pleonástico dizer que será a de maior torcida. Mas as torcidas que porventura ficarem em algumas cidades serão bem recebidas.

O espírito de futebol já toma conta do Brasil, você imagina o que vai acontecer durante o período da Copa do Mundo?

Apesar de a Copa ser no mês de julho, à exceção das sedes mais ao Sul, mesmo sendo em julho, mar, sol e capacidade desses turistas poderem visitar outras localidades que não só as doze cidades-sedes. O Brasil é um país continental, então diversas outras cidades turísticas serão visitadas. Porque se uma seleção jogar aqui em Natal hoje, jogará de novo dali a cinco, seis dias numa outra localidade. Então os turistas daquela seleção que aqui acompanharam o jogo, até próximo jogo, vão ter que deslocar para outras cidades, vão conhecer novos destinos. A Copa dá também essa oportunidade. Então é uma copa nacional, são doze cidades-sedes mais 32 localidades que receberão.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas