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Um estádio de futebol para muitos usos

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Entre todos os projetos ligados à realização da Copa do Mundo em Natal, o mais polêmico é a Arena das Dunas. Com a responsabilidade de substituir o tradicional estádio Machadão, a Arena surgiu sob desconfiança, mas, segundo representantes do Consórcio OAS/Coesa, desde o início do ano está em execução “acelerada” e possui um conceito multiuso que empresta viabilidade econômica ao empreendimento.
Machadão começou a ser demolido em outubro. Novo estádio está com 22,8% das obras concluídas, mas dentro do cronograma
Segundo Charles Maia, presidente da Arena das Dunas, as obras estão 22,87% concluídas. A estrutura do estádio favorece, de acordo com o secretário da Copa, Demétrio Torres, a exploração de outras fontes de receita.

Aluguel de salas comerciais, restaurantes, espaço para eventos esportivos e shows. Esses são alguns dos nichos de mercado que a Arena das Dunas deve explorar para dar maior rentabilidade. “Haverá a movimentação de dinheiro, a entrada de receita, todo o dia. Essa  é a diferença do conceito entre esses dois empreendimentos. É como se fosse um shopping de eventos. Nós teremos um shopping de eventos e entretenimento. Claro que o foco é o futebol. Então teremos lojas de venda de produtos licenciados”, explica Demétrio Torres.

A diferença entre um estádio com esse conceito – nomeado por Charles Maia de multiuso – e um estádio comum está justamente na rentabilidade. O Machadão, por exemplo, tinha receita no máximo duas vezes por semana, se tanto, quando eram realizados jogos do campeonato estadual ou jogos de campeonatos nacionais, como a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. Já a Arena das Dunas, com o aluguel de salas para escritórios temporários, restaurantes, etc, terá receita todos os dias. “Uma empresa manda representantes a Natal e precisa de um escritório temporário, ela poderá alugar na estrutura da Arena. Você sempre terá receita para a Arena, ao contrário dos estádios comuns. Os restaurantes da Arena também irão ficar abertos o tempo todo, como um restaurante normal”, aponta Demétrio Torres.

Para isso, a construção está acelerada. A parte de terraplanagem e preparativos iniciais foi concluída. Já a parte das fundações já foi quase que inteiramente concluída. “Faltam apenas dois setores para terminarmos as fundações”, disse Charles Maia durante o seminário Motores do Desenvolvimento.

Charles Maia contou ainda, no seminário Motores do Desenvolvimento, que a administração do futuro estádio estuda a ideia de construir um museu geológico nos arredores do local. A sugestão, segundo o presidente, chegou ao escritório da Arena das Dunas e deverá ser implantada. “Temos somente que analisar o local com precisão. A intenção é criar um museu e, no mesmo lugar, um mirante de observação para a obra”, afirmou.

Com esse panorama, o presidente da Arena das Dunas declarou não ter receio acerca do prazo para conclusão do estádio. “Terminaremos dentro do prazo”, encerrou.

Bate-papo

Rosalba Ciarlini  » governadora do RN

Muito se fala sobre o legado que a Copa do Mundo deixará para o Rio Grande do Norte. Na opinião da senhora, como o Estado será beneficiado?

Eu considero que a Copa do Mundo de 2014, apesar de ser um evento esportivo, tem características estruturantes. Se olharmos para o legado que nosso Estado haverá de herdar após a realização da Copa, veremos que nossa realidade econômica será outra depois de 2014. E, por muito pouco, o RN não perdeu essa oportunidade de ouro. Quando assumi o Governo, a Copa era dada como perdida. Realizamos uma verdadeira blitz, em várias frentes, e conseguimos manter acesa a chama da Copa. Não tenho dúvidas de que toda a cadeia da indústria da construção civil potiguar conquistará um novo patamar depois das inúmeras obras de infraestrutura e de mobilidade urbana que serão executadas em função desse evento de porte mundial. E eu sei que nem preciso lembrar que a construção civil está entre os setores da economia que respondem com maior rapidez aos impulsos de crescimento, gerando empregos em alta escala. A construção da Arena das Dunas, as intervenções no cenário urbano, as obras do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante e a ampliação do Porto de Natal, entre outras, serão fatores de intensa geração de renda. A obra de revitalização da Avenida Roberto Freire, cujo projeto readequamos para elevar os investimentos de R$ 70 milhões para cerca de R$ 200 milhões, dará ares de metrópole à nossa capital. Somadas à implantação de novos empreendimentos do parque hoteleiro, essas obras irão provocar profundas repercussões em nossa realidade econômica.

Como uma das maiores fontes de emprego e renda da economia potiguar, o turismo vai sentir os benefícios da Copa 2014. Qual será o efeito disso no Rio Grande do Norte?
Rosalba Ciarlini, governadora
A Copa terá, na área turística, o efeito de uma campanha de divulgação de proporção mundial, que o Rio Grande do Norte jamais experimentou. Isso traz responsabilidades. Precisamos estar preparados para atender à demanda da Copa, de maneira que a publicidade gerada pelo evento seja a melhor possível e traga frutos duradouros para o nosso turismo. Desde o primeiro momento de meu governo tenho dedicado especial atenção à preparação de Natal e, por que não dizer de todo o Rio Grande do Norte, para fazer bonito e tirar o máximo de proveito dessa oportunidade única para nosso Estado.

Em relação à infraestrutura para os visitantes, o que tem sido feito para garantir boa recepção a quem virá a Natal durante a Copa?

Estamos empenhados na busca de recursos para desenvolver projetos e atrair investimentos que potencializem nossa capacidade de implantar uma infraestrutura condizente com a grandiosidade desse evento. O novo aeroporto e o terminal marítimo de passageiros, no Porto de Natal, são equipamentos que irão permitir grande evolução na capacidade receptiva de nossa infraestrutura turística. Há vários outros projetos do gênero em gestação. As obras da mobilidade urbana têm de acontecer. A primeira dela será o prolongamento da Prudente de Morais, ainda neste primeiro semestre. Vamos trabalhar para resolver dois gargalos do trânsito de Natal: um túnel na BR-101 para acesso à Maria Lacerda e o do Gancho de Igapó. A primeira etapa do VLT ligando Natal até Extremoz também será iniciada este ano. Vamos avançar na mobilidade, manter o cronograma de obras da Arena das Dunas e preparar a cidade para fazer do evento COPA o melhor de todas as sedes em todos os aspectos.

E para a população do Estado? O que o Governo deve fazer para garantir benefícios, também, aos potiguares?

Nesse sentido, estou especialmente empenhada na implantação das escolas técnicas, que darão aos nossos jovens a preparação necessária para abraçar essa oportunidade de trabalho que a Copa trará. Nessa área, conto também com a experiência na preparação de mão de obra profissional do Sistema S, através do Senac e do Senai. Nossa geração terá o privilégio de vivenciar toda essa transformação que a Copa de 2014 provocará na economia do nosso Rio Grande do Norte. Mas esse privilégio nos impõem também responsabilidades. Na qualidade de Governadora deste Estado, junto com líderes políticos e empresariais, tenho a obrigação de reunir forças para fazer desta Copa do Mundo um grande motivo de orgulho de nossa gente. Juntos, atingiremos a meta de construir um RN Maior.

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