Alex Medeiros
Há dois anos, quando o filme Os Eternos chegou às telas do mundo, um frisson midiático ocorreu quando os fãs de super-heróis perceberam um detalhe numa cena que poderia passar despercebida para espectadores comuns. Um garoto pergunta ao pai se o personagem Ikaris é o Superman, estabelecendo ali que a Marvel reconhecia no cânone da nona arte o maior herói da concorrente DC.
Por mais que seja verdade que o kriptoniano é o mais poderoso do universo HQ, destaque-se que ele é também o marco zero das revistinhas do gênero e da cinematografia dos super-heróis desses tempos de grandes produções da DC e da Marvel, que tem no filme Superman, de 1978, o epicentro do sucesso que se repete a cada ano a partir da atuação do saudoso Christopher Reeve.
Mas o episódio da citação do Superman no filme da Marvel está longe de ser a única vez em que uma situação de crossover ocorreu entre os dois mais importantes estúdios de HQ de super-heróis. Há dois encontros nos anos 1970.
Considerada uma das edições mais caras no mercado dos colecionadores, uma revista de 1976, com o confronto entre o mesmo Superman e o Homem-Aranha, sacudiu os arranha-céus do mundo com o título A Batalha do Século.
A revista chegou às bancas americanas no alvorecer do ano em sua primeira semana, ao custo de apenas US$ 2. No ano seguinte, 1977, saiu a versão em português pela velha Ebal, provocando uma corrida dos fãs das duas marcas.
Um outro crossover pouco lembrado pela mídia especializada em quadrinhos aconteceu exatamente no mesmo ano 1977, na revista Super Amigos, número 1, mostrando a Liga da Justiça auxiliando instituições de caridades pelo mundo.
Num evento repleto de milionários e celebridades, há um apelo para que os heróis atendam os telefonemas das muitas pessoas que irão doar dinheiro para as diversas causas das instituições. E aí o Batman atende alguém importante.
Do outro lado da linha, o rico cientista Tony Stark avisa que quer doar US$ 75 mil, uma gorda quantia para aqueles anos de crise econômica pelo mundo. Ele deixa bem claro que o dinheiro é para os tratamentos das doenças cardíacas.
Em nenhum momento da historinha da DC, a presença da figura do super-herói Homem de Ferro é sequer insinuada. Mas aquela ligação também estabelece que a rival da Marvel reconhece sua existência no cânone das revistas de HQ.
Ainda há a pronta reação do Batman, que após registrar a doação de Stark sai do atendimento e já nos trajes de Bruce Wayne, tão bilionário e gênio quanto o outro, decide fazer uma doação de maior vulto. Uma disputa de ricas vaidades.
Noutra cena, ou quadrinho, antes de fazer a doação, Batman rir para o mordomo Alfred dizendo “gostaria de ver o rosto do Stark agora”. E quem vai receber a ligação dele é seu melhor parceiro na liderança da Liga, o Superman.
Essa pretensa rivalidade entre playboys bilionários, nunca roteirizada nas revistas da Marvel e DC, ganhou menção em filmes das duas nos últimos anos, com Wayne e Stark dizendo a mesma coisa sobre seus poderes: “eu sou rico”.
Algumas vezes até já houve ensaios de crossovers com figuras das duas editoras, em supostos combates envolvendo Superman e Capitão América ou Batman e Hulk, mas nada que mereceu uma edição especial, uma aventura.
Aqui no Brasil, os dois grandes gênios dos quadrinhos, Ziraldo e Maurício de Sousa, já arrancaram muitas gargalhadas dos seus leitores misturando os super-heróis dos EUA com seus personagens imortais, como Pererê e Mônica.
Atentado Apenas 24 horas após o senhor Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que não sossegaria enquanto não foder Sergio Moro, a Polícia Federal prendeu criminosos que estavam arquitetando o assassinato do ex-juiz e atual senador.
Silêncio O destempero, a ira e a quebra de protocolo do senhor Lula não provocaram ainda nenhuma reação das doutas vestais da Alta Corte, que quando Bolsonaro dizia uma piada se manifestavam exigindo explicações em 24 horas.
Malware Do senador Rogério Marinho: “Lula 0.3 insiste nos erros. Quando atacou a privatização da Vale no STF, trouxe insegurança jurídica por 13 anos, a ação levou de 1997 a 2010 para ser julgada. 25 anos depois o alvo é a Eletrobrás”.
Tráfico “As drogas são apenas a forma mais óbvia de vício em nossa sociedade. O vício em drogas é uma das coisas que mina os valores tradicionais”. Conceito formulado pelo historiador e crítico norte-americano Robert Christopher Lasch.
Caricato O “pepetralha” se superando na própria caricatura em que se transformou no papel de militante enrustido. É aquele mané que se locupletou em governos de direita, escapou de esquemas não republicanos, e aderiu taticamente ao PT.
África O parlamento de Uganda aprovou na terça-feira uma ampla legislação contra o casamento gay, e propondo duras penalidades às relações homossexuais. No momento, mais de 30 países africanos têm leis vigentes contra a agenda lgbt.
Feras A aliança entre a China e a Rússia tem nas suas bases políticas uma sólida ordenação moral e conservadora no aspecto ideológico em que se sustenta a bandeira lgbt. O encontro do dragão e o urso trará choro e ranger de dentes.
Quinta Hoje às 17h, mais uma edição do projeto Quinta Cultural no Instituto Histórico, com o tema “Ilhas Coloniais do Rio Grande do Norte: Encanto e Mistério”, com os professores Levy Pereira, Onesimo Santos, Edgard Dantas e Manoel Marques.
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